segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Minha ação muda meu mundo

“Adeus ano velho, feliz ano novo. Que tudo se realize no ano que vai nascer.” Lindas palavras, belos desejos, mas como é que tudo de maravilhoso e desejável se realizará? Existe alguma fórmula mágica para isso, ou basta desejar como se pede ao gênio da lâmpada?

Nossas vontades de mudanças são estímulos emocionais provocados por nosso cérebro. Ele é o ponto de partida para conseguirmos o que desejamos. O limite está na própria imaginação. Entretanto, nada é modificado se não tivermos atitude para agir em busca do que queremos.


Tradicionalmente, impulsionados pela felicidade das festividades de ano novo, regados a bebidas, fogos de artifício e fartura, pessoas fazem promessas em busca de um ano melhor. Metas são traçadas e a lista é grande – perda de peso, projetos financeiros, aumento na renda, casamento, filhos e por ai vai. A princípio isso mostra consistência de alguém que tem projetos detalhados e definidos.

Então verificamos que os seres humanos são levados por seus estados emocionais. A empolgação com o tempo diminui e chega a cessar, levando assim o planejamento inicial de mudança por água abaixo. Não adianta estarmos dispostos a melhorar apenas por um breve período sem que haja perseverança. De que adianta estar animado para um regime alimentar em janeiro e o mesmo ainda não alcançado, ser esquecido em agosto?

Nossos planos precisam ser bem definidos e levados a sério. Pode até parecer subjetivo, mas é horrível presenciar uma pessoa deprimida, afundada em suas derrotas e amargurada com a vida, como se outro a não ser ela mesma fosse culpada por suas frustrações. Todos passamos por dificuldades, lutamos, sofremos, perecemos, mas a superação de obstáculos é que diferencia o VENCE dor, do PERDE dor.

As coisas só mudam quando nós mudamos. Parece algo tão simples e banal, mas há pessoas que não conseguem ou persistem nas mesmas atitudes. Jamais conseguiremos resultados diferentes fazendo o mesmo que estamos habituados. É necessário expandir os horizontes, buscar o que se quer, ser audacioso para mudar e finalmente produzir resultados diferentes. O mundo só muda quando nós mudamos, essa é a lei do progresso.


Neste ano novo, desejemos mudanças, mas sem esquecer que a força para tal está dentro de nós. Não dependamos, nem vivamos em função dos outros. Tomemos as rédeas de nossas vidas e provoquemos mudanças inesquecíveis deixando isso como legado. Em vez de dizer “se Deus quiser”, use o poder divino que existe dentro de você e seja autor de sua vitória.

Não tenha medo de viver. Viva! Está insatisfeito com alguma coisa? Mude! Desejo à meus leitores um feliz e abençoado 2014. Quando os próximos 365 dias passarem, quero ser testemunha de muitas vitórias.

Antes de desejar um ano novo de mudanças você tem que começar com um ano novo de atitudes.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal - seja você o presente

Pois é, natal de novo. Época tradicionalmente marcada por presentes, festas, compras, muito trabalho e acima de tudo, excessos, em especial dos itens anteriores. A fartura tem seu alto preço e demanda tempo, que se apresenta cada vez mais breve. Mas que tal parar por aqui e conceituar o verdadeiro significado do natal?

Segundo a tradição, o 25 de dezembro é lembrado pelo nascimento de Jesus, o Messias, filho do Deus prometido. Aproveitando o gancho religioso, também é época de pacificar os corações, contornar antigas mágoas, encerrar desavenças e se aproximar de quem ficou distante. 


Neste período, um pequeno grupo esquecido durante todo o ano é lembrado. Os menos favorecidos se entusiasmam com a oportunidade de contar com o bom coração, ou o momento propício para receber algo das mãos generosas daqueles que podem ajudar e sentem o desejo de compartilhar com os que necessitam.

A solidariedade, talvez seja a maior demonstração de amor pelo próximo. Quando estendemos as mãos para ajudar alguém carente de recursos, não estamos apenas alimentando ou vestindo seu corpo, acolhendo em suas necessidades e lhe conferindo alguns itens, mas estamos de fato lhes levando esperança – de crença no futuro, nas pessoas e conseqüentemente em dias melhores.   

O verdadeiro amor se traduz assim, com ações que mudam de alguma forma a perspectiva de vida de nossos semelhantes, seja em grandes ou pequenas atitudes. É muito simples amar pessoas com palavras e sorrisos, talvez por isso sejam mais comuns. Porém ações de solidariedade marcam para sempre aqueles que ajudamos, e nos tornam exemplos para os demais seguirem nossos passos.


Agora por que ajudamos apenas neste período? Seria também esta mais uma tradição? Não se preocupe que não será considerado anormal ajudando seu próximo durante o carnaval, no dia da independência ou mesmo no dia dos mortos. Voluntariado é maravilhoso quando se torna hábito, fazemos sem pensar em quando, ou se é tradicional fazer isso naquela data. O principal é a diferença que faremos aos outros, que necessitam naquele devido momento.

Durante o natal, um detalhe importante em meio a tantos presentes, roupas, dinheiro, festas, é o fato de sermos gratos pelo que já temos. Nada exalta mais o ser humano do que sua gratidão. Diga obrigado a Deus por tudo o que ele te deu – saúde, paz, família, amigos. Isso são apenas alguns exemplos, entretanto faça sua lista pessoal e agradeça com alegria. Seu espírito se alegrará em saber o tanto que possui e quão rico você é.

Embora desejar paz, saúde, felicidade e prosperidade, sejam comuns no período natalino, farei diferente desejando a todos os leitores, tudo que há de melhor durante os 365 dias do ano. Feliz Natal e que Deus abençoe a todos. 


Sugestões de presentes para o Natal: Para seu inimigo, perdão. Para um oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom. Para você, respeito.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Corrupção também na paixão nacional - isso é Brasil

Brasil: país do futebol, do carnaval, de lugares bonitos, mulheres maravilhosas e de tantos outros clichês que não agüentamos mais ouvir. Pior que isso, é considerar o fato de sermos também o país da malandragem onde tudo pode, nada é passível de punição e prevalece a lei do mais forte.

Para não dimensionar e aproveitar a época oportuna, vamos tratar da paixão nacional. Como bem sabemos no ano de 2014, será realizada a vigésima edição da Copa do Mundo de futebol, e nossa amada terra será palco desse espetáculo grandioso, unindo as nações, que buscam através do esporte, alcançar um mundo mais igual e próspero onde as pessoas se amem.

Sim, vá se acostumando com frases de efeito do tipo, elas serão excessivamente usadas com intuitos comerciais. Tudo isso faz parte do espetáculo, atingir os espectadores que pagam a conta (e às vezes pagam muito caro) para apreciarem toda a magia que envolve um evento dessa magnitude.

Mas tudo bem, lucrar com isso faz parte, e já que a conta é dividida por todos, não pesa para ninguém. Pelo menos é isso que os organizadores querem que pensemos.  O lado sombrio e não divulgado, ou pelo menos não comprovado e conseqüentemente não punido, é muito pior do que imaginamos. Desvio de verba pública, obras propositalmente atrasadas - para serem feitas em caráter de urgência sem licitações, aumentando assim os desvios corruptos, - funcionários mal preparados e mal equipados morrendo, e por ai vai.


A farra antes já prevista está em processo de conclusão, ou pelo menos é o que dizem. Obras de estádios em lugares mal planejados, com péssimas condições de segurança e custos exorbitantes que só Deus sabe o custo total. Tudo isso às vésperas do mundial, e o discurso de “não se preocupe, vai dar tempo”, perdura desde que o Brasil foi eleito cede do torneio, há oito anos.

Para piorar, o reflexo de toda essa zorra, reflete nos estádios com cenas de violência, selvageria, covardia e em alguns casos, morte. Bandos de marginais travestidos de torcedores buscam saciar seus instintos violentos, cometendo barbárie, usando seus times como desculpa e pano de fundo para gerar conflitos.

Está bom para você amigo leitor? Pois é, para os picaretas não. Já que aqui tudo pode, porque não estender mais a baderna? Agora resolveram (de novo) favorecer o time do Fluminense. Quem pagou o pato desta vez foi a Portuguesa (mais uma vez a pobre Lusa). Com argumento de usar um jogador irregular, o time paulista perdeu quatro preciosos pontos e foi rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro, fazendo com que o tricolor das laranjeiras, renascesse das cinzas para voltar à elite do futebol brasileiro de onde nunca devia ter saído – talvez assim parem com a sacanagem, quem sabe?


Pois é a crítica encerra, mas o espírito crítico não pode morrer. Somos massacrados por minorias poderosas e nos afugentamos como cães acuados. Temos que nos unir para fazer do Brasil um país melhor. Agora, vamos agir ou essa será apenas mais uma frase clichê?   


"A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa.”

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mandela - uma vida de sacrifícios e conquistas

Mais um grande homem com trajetória brilhante em nossa história se foi. No dia 04 de dezembro de 2013, faleceu aos 95 anos de idade, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.

Madiba, o Conciliador, como era conhecido, nasceu em um vilarejo simples, pertencente à seu pai, líder tribal. Foi o primeiro de sua família a cursar o colégio e após muito empenho, tornou-se advogado. Porém, a escola da vida lhe proporcionou maior ensinamento, onde não foi apenas aluno, mas também professor.

Em uma época sombria e injusta, invasores estrangeiros dominavam o território sul-africano, atendendo os interesses de uma minoria, período este que ficou mundialmente conhecido como apartheid. Mandela foi a voz dos oprimidos, da classe desfavorecida e incapacitada de se levantar para conquistar o que lhes era devido.

Sua luta pela liberdade e justiça custou caro. Mandela foi condenado por conspiração contra o governo de seu país. Aceitou a conseqüência de sua luta de maneira honrada. Uma cela de aproximadamente três metros quadrados, fora sua companheira, testemunha e melhor amiga durante 27 anos.


Apesar da injustiça de sua condenação, Nelson Mandela nunca se deu por vencido. Chegou a recusar redução de pena em troca de conciliação para o fim da luta armada, o que naquele momento significaria a continuidade da segregação racial e conseqüente desfavorecimento dos negros. Sua persistência em meio às diversidades era regido pelo que então virou seu lema – esperança.

Sem nunca desistir de seus ideais, Mandela enfim venceu sua batalha contra o sistema opressor sul-africano. No começo de 1990, após uma intensa aclamação pública, Madiba conquistou a liberdade aos 72 anos de idade. Três anos mais tarde, foi condecorado com o Premio Nobel da Paz, e em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.


Mesmo após uma conquista tão longa e sofrida, Nelson Mandela sabia que aquilo era apenas o começo. Mudar um conceito cultural enraizado em uma nação, não seria fácil. A segregação racial era um muro gigante e vigoroso, e para derrubá-lo seriam necessárias paciência e estratégia.


Para conquistar tal feito, nada melhor do que aprender o caminho com um homem que mostrou disposição em perdoar os que lhe fizeram mal, mesmo após três décadas de injustiça. A união entre os povos foi o estandarte erguido por Madiba, para transformar a África do Sul em uma nação mais justa e próspera.

Mesmo com sua morte, o legado deixado por Nelson Mandela serve de inspiração para aqueles que desejam fazer do mundo um lugar melhor. Sacrifícios e perseveranças fazem parte, mas Madiba mostrou que tudo é possível.


Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Malandro é mané

Tirar vantagem, pensar apenas no benefício próprio, não respeitar a vez do outro, fazer vista grossa... Uma infinidade de atitudes que comumente tomamos, e que em vez de dizer que somos desonestos, egoístas e em alguns casos, criminosos, preferimos usar uma expressão muito conhecida em nossa nação – o jeitinho brasileiro.


É fato que todos nós somos a favor da igualdade, da lealdade, da honestidade, em todos os sentidos. Ficamos revoltados quando nos deparamos com cenas de violência, corrupção, e outros exemplos de atitudes criminosas. Entretanto, contribuímos para este quadro negativo quando de alguma forma agimos de má fé e desrespeitamos nosso próximo.

“Fiquei com 50 centavos a mais de troco, mas deixa pra lá, melhor pra mim”; “Essa vaga é para idosos, mas e daí? Vou estacionar aqui mesmo”; “Combinamos que seria metade para cada um, mas estou com fome, tenho certeza que ele entenderá”. Algumas dessas sentenças te pareceram familiares? Pois é, difícil imaginar um ser humano que em toda a sua vida tenha sido 100% honesto. Nosso passado às vezes nos ruboriza.

Não se sinta uma pessoa ruim ao ler isto, se por acaso já protagonizou uma dessas ações. É natural do ser humano priorizar suas necessidades e de seus próximos em primeiro lugar. E isso não é errado. Prioridades e egoísmos, embora interpretadas equivocadamente como semelhantes ou até mesmo iguais, são duas coisas distintas. Temos que ter zelo por nosso lugar ao sol, ou ninguém terá.

O problema começa quando alguém se excede e quer levar vantagem em tudo, Corrompendo-se em prol da ganância e de bens que o irão promover socialmente. Para virar um vício que o irá dominar para sempre, é uma questão de tempo e prática.


Mais do que uma atitude incorreta, trata-se de um desrespeito ao que é alheio. Regras de conduta que aprendemos e colocamos em prática, ao longo de nossas vidas, não foram uma intervenção divina ou dádiva, mas sim uma criação humana. Após milênios em que povos concebiam a ideia de dominadores e dominados, regras igualitárias foram criadas para que houvesse uma relação amistosa e próspera entre os homens, e violar essas condições, nada mais é do que um retrocesso.

A malandragem, algo que em geral se faz vista grossa, tem o seu maior desafeto – a consciência. Pessoas que prezam valores definidores de bom caráter, sente-se incomodadas com o fato de agirem erroneamente.

Como bem dizem que tudo que vai volta, o malandro de hoje, pode ser o mané de amanhã.


Malandro se soubesse quanto é bom ser honesto !!!! Seria Honesto só por Malandragem ...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Overdose tecnológica

Clica, acessa, amplia, visualiza, compartilha, recebe, envia... Uma infinidade de opções que até então não imaginávamos ser possível e que em pouco tempo se torna obsoleto e substituído por outras opções tecnológicas. Causam fascínio, fissura, vício, dominam nossos impulsos e instigam a curiosidade.

Aparelhos, que começaram grandes, complexos, com poucas funções, restritos e caros, muito caros. Em pouco tempo ganharam o mundo, tornando-se mais acessíveis, populares, com custos reduzidos e conseqüentemente mais baratos. Assim, todos teriam condições iguais de desfrutarem os benefícios das inovações tecnológicas.


Inicialmente, veio para aperfeiçoar e popularizar a invenção de Alexander Graham Bell. O uso do telefone móvel, ou celular, agilizou categoricamente o processo de comunicação. Como a ânsia por aperfeiçoamento sempre fora grande, logo o aparelho ganhou diversas funções. Cedeu espaço do analógico para o digital, passou a calcular, mostrar horas e fuso horários pelo mundo, receber e mandar e-mails, mensagens instantâneas, pagar contas, acessar internet, fotografar e fazer vídeos.

E não apenas em formato telefônico. Pequenos computadores portáteis, tablets com funções de touch screen, tão simples de serem manuseados e administrados que até os pequenos se interagem enquanto aprendem a andar.

Graças a tanto avanço, tantas opções tantos isso, tantos aquilo, a indústria de aparelhos com recursos tecnológicos só tem a agradecer aos deuses por tamanha fartura. Cada novo lançamento é disseminado como uma peste. São divulgados pela net, Tv, pessoalmente entre amigos, causando um desejo imenso de possessividade. - “Eu preciso ter isto também”.

A velocidade com que as informações circulam é tão assustadora, e aparentemente a necessidade de absorvê-las também cresce na mesma medida. Coisas fúteis têm mais atenção do que assuntos realmente importantes. Mais vale saber o que o amigo do vizinho almoçou no último domingo do que a aprovação do aumento de salário dos vereadores da cidade, sem motivo plausível.

É cada vez mais comum deparar-se com pessoas entretidas com seus aparelhos, em seu universo individualista. Ficam tão distraídas, que os outros ao redor são ignorados. Não “pera”... Eles também estão distraídos com seus aparelhos em seu universo individualista. Parece que é mais engraçado e divertido a sensação de contar uma história ou piada para alguém usando esses mecanismos do que simplesmente virar para o lado e contar pessoalmente olhando nos olhos.


Essa é uma tendência que mostra o quanto as pessoas valorizam cada vez mais o ter do que o ser. Parece coisa de velho nostálgico, mas nada supera uma interatividade humana. Sentir a presença de outro ao redor, demonstrando e percebendo as emoções, esses sim são fragmentos inesquecíveis.

Por mais incríveis e inovadores que esses aparelhos se tornem, jamais superarão a complexidade, espontaneidade e criatividade humana. Somos autênticas obras de Deus, o maior inventor do universo.


Trocava toda minha tecnologia por uma tarde com Sócrates.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Por que não entendo?

Penso, reflito e não consigo entender. São tantas as dúvidas, tantos mistérios, que quanto mais aprendo, mais ignorante me torno. É estranho imaginar que em muitos casos a ignorância parece uma benção. Quanto menos conhecimento disponho, menor será meu sofrimento. Será? Talvez...


As dúvidas começam quando crianças. Fase de aprendizado e descobertas. Tudo é novo, sem exceções. Perguntas são elaboradas e respostas adquiridas antes mesmo de serem pronunciadas. E com o tempo nada facilita, tudo se modifica e conforme nossas capacidades em aprender somadas as experiências que temos se tornam maiores, as dúvidas sobre tudo aumentam na mesma proporção.

Nos questionamos porque o céu é azul e não de outra cor, ou porque o brócolis tem um gosto tão amargo e ruim, mas é rico em minerais como potássio, ferro e zinco, propriedades indispensáveis para nosso organismo?  Por que as pessoas às vezes mentem, são falsas e desagradáveis, egoístas ou ainda malignas? Também por que outras são tão benevolentes, que nem o maior dos percalços as corrompe?

Por que algumas vivem plenitude, regados a sucesso e alegrias, são amadas e desejadas, muitos cultivam sua amizade e constante presença, enquanto outras sofrem com problemas contínuos, que apenas mudam de figura, mas são constantes em suas vidas medíocres?

Questões simples, questões complexas, tudo movido pela curiosidade, natural de todos. Sem o questionamento nada mudaria, o mundo não progrediria, ficaria na mesmice e completamente estagnado. Os avanços só foram possíveis, porque um dia alguém perguntou: Por que isso é assim, e não de outro jeito? A queda de uma maça na cabeça de um gênio nos levou a entender a gravidade. A inquietação de tantos outros também levaram a descobertas e invenções fascinantes, como o fogo, o avião, o facebook.

Como podemos perceber as perguntas sempre estiveram por trás da evolução. Cada nova descoberta acarretava em mudanças, seja de comportamento, atitude, crença ou planos pessoais.
Com a era da informação, o acesso a respostas ficou cada vez maior. Perguntas variadas são facilmente respondidas através de uma consulta à internet. Mas será que desejamos saber as respostas, ou a dúvida se torna nossa amiga? A resposta é que em alguns casos, gostamos de complicar em vez de esclarecer, e pode parecer maluquice, mas as afirmações convictas às vezes nos atrapalham e irritam, porque nem sempre é aquilo que esperamos ou queremos.

Ficou complicado entender? Não se preocupe você não é o único. As dúvidas são boas, nos aliviam do comodismo e aceitação condicionada. Busque respostas e as encontrará, ou ainda enfrentará mais dúvidas. Assim é a vida, com seus constantes questionamentos.

A dúvida é o principio da sabedoria.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Somos tão jovens

Fase esperada, época sonhada, idade onde todos os sonhos são possíveis. Era de dúvidas, incertezas e decisões que nos perseguirão pelo resto de nossas vidas. Essa é a fase mais emocionante, empolgante, apaixonante. A tão aguardada e “eterna” juventude.


Obviamente, não é uma regra que todos tenham a mocidade com as mesmas características. Alguns antecipam e começam a tomar suas próprias decisões mais cedo, seja pela liberdade assistida ou total ausência dos pais ou responsáveis. Ou ainda pela influência de amigos mais empolgados que não dão tempo ao tempo, até atingirem certa maturidade para colocarem em prática, o que o mundo tem a oferecer nesta etapa.

Começa aos 18 anos e se prolonga além dos 40, pelo menos, assim é relacionado e vivenciado atualmente. Talvez esse seja o período em que as pessoas são menos segmentadas. Cada um tem seu estilo, suas preferências, sua profissão, suas escolhas. Algumas sábias e produtivas outras nem tanto, e às vezes, prejudiciais e irreversíveis.

Presenciamos com certo orgulho quando nos deparamos com jovens promissores e comprometidos com seu futuro, focados no aprendizado e em suas inúmeras disciplinas. A grande maioria se prepara para o vestibular, em busca das melhores universidades, galgando uma carreira de sucesso. Há outros que vão além. Preocupados com causas sociais, ingressam em trabalhos voluntários, aproveitando a vigor da idade para compartilharem seus aprendizados e adquirirem experiência.

Porém, como mencionado anteriormente, nem todos possuem as mesmas características. Boa parte aguarda ansioso a época da juventude para se divertirem cometendo excessos em vários aspectos. Experimentam alternativas para estimularem a empolgação e fazem o primeiro contato com drogas, álcool, atitudes promíscuas e irresponsáveis, isso quando já não o fazem quando são mais novos. Levados pelo impulso da busca por situações excitantes, não respeitam seus próprios limites e encontram fragmentos de felicidades intensas, porém ilusórias e passageiras.


O resultado de atitudes impensadas muitas vezes é a pior possível. Envolvimento com atividades ilícitas, destruição da própria integridade física e moral, quebra de relações familiares e desvinculação de metas futuras. Em situações como essas, podemos localizar os verdadeiros amigos. Não aqueles que brindam apenas suas vitórias, mas os que o sustentam e consolam durante as derrotas.

Um detalhe importante a ser analisado é a força da juventude. Unidos, enfrentam sistemas, injustiças, patrulhas, exércitos, em busca daquilo que consideram justo e correto. Os discursos políticos direcionados à essa classe, mostra bem à sua representatividade em círculos deliberativos. São ouvidos e respeitados, afinal, formam uma grande maioria, em que o mais sábio a se fazer é não contrariá-los.

Independente de esfera social, ser jovem é estar em contato com o ápice de sua representatividade como ser humano. Podemos escolher, enfrentar, questionar, decidir, em grande escala e com estilo. É a fase onde chegamos mais próximo ao ilimitado, onde nossa imaginação em busca dos sonhos flui com intensidade.

Ser jovem é muito bom, e já que não é eterno, aproveitemos da melhor forma possível.


 O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Acima de todas as coisas

Necessitamos, amamos, demandamos, até o idolatramos. A busca é freqüente, incansável, penosa, raramente prazerosa. Entregamo-nos ao seu uso, ao seu benefício, à sua necessidade. Sua quantia, muitas vezes define quem se aproxima e quem se afasta. Mostra o caráter e a lealdade das pessoas, quem devemos ou não confiar e às vezes revela a verdadeira identidade de quem foi depositada confiança. Senhoras e Senhores, com vocês, O DINHEIRO.

Criado nos primórdios dos tempos, a grana, um de seus nomes populares, tinha a função de ser usado como meio de troca. Trouxe praticidade aos mercadores que em vez de trocar um cavalo por uma tenda, simplesmente adquiriam o produto e pagavam com o papel moeda, nome comum usado à época. Era uma espécie de garantia equivalente a peças preciosas como o ouro, ou seja, um papel moeda de determinado valor, poderia ser trocado por qualquer objeto, considerado de valor e admirado por sua beleza e escassez.

Com o tempo, o dinheiro em papel ganhou força por si só. Independente de seu formato e característica que varia de país para país, o “dim-dim” (onomatopéia usada que caracteriza o barulho de uma antiga máquina registradora), tem o seu valor como meio de troca. O que varia comparado às moedas estrangeiras é o valor de mercado e o quanto ele pode comprar.

E por que um pedaço de papel que suja as mãos e expele mau cheiro é tão amado? Por que é tão determinante a ponto de fazermos o que não queremos para consegui-lo? A resposta a essa pergunta é muito simples. Todos somos consumidores antes mesmo de nascer e até depois de morrer. Viver tem seus custos e somos humanos com constantes necessidades. A diferença é que quanto mais dinheiro sem tem, mais se pode gastar, e os que não têm... Bom, sabemos como é.

Mais do que nunca, o dinheiro virou sinônimo de status. A equação é simples: se você tem mais dinheiro do que outro qualquer, logo será mais amado, mais admirado, mais respeitado, mais desejado e por ai vai. Não existem barreiras que limitam a força do dinheiro. Há aqueles que o perseguem a qualquer custo. Se esforçam, estudam para conseguirem melhores empregos, montam seu próprio negócio, trabalham horas além do expediente para receberem mais, ou garantirem o pouco que tem.

Não podemos nos esquecer dos corruptos e outros tipos de criminosos que fazem tudo a seu alcance, passando por cima de regras, leis e pessoas para acumularem riquezas e terem vidas repletas de luxúrias e excessos. O dinheiro traz uma sensação de poder que ilude muitas mentes fracas, que sucumbem à sua força e o que ele pode proporcionar.

Dinheiro traz felicidade? Para muitos sim. Aqueles que não abrem mão de um conforto a todo o momento, gostam de ostentação e quantificam pessoas, o dinheiro é fundamental. Mas em contrapartida, ainda existem aqueles que ficam às sombras de holofotes e valorizam qualidades autênticas. Não analisam pessoas pelos bens que possuem, mas o que são, com suas características e particularidades.

É um mal necessário as nossas vidas, mas o dinheiro tem a sua importância. Não conseguimos viver sem que faça parte de nossa rotina. Todos devemos lutar e conseguir nossa própria subsistência. Dinheiro é bom? Sim, mas quando nós estamos no controle. Ele nos pertence e não o contrário. 


O dinheiro é um bom criado, mas um mau senhor.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Talentos, encontre os seus

Todos nós temos, isso é fato. As variações são muitas e cada um com seu devido valor. É difícil entender como é distribuído um talento, ou quais são os pré-requisitos necessários para conseguir os mais admiráveis e que trazem maior retorno.

Parece que este é um tema em que mais rapidamente chegamos àquela velha conclusão, usada quando não se sabia algo, de que Deus quis assim. Talentos não escolhemos nem distribuímos. Não pedimos pelo cardápio e muito menos recebemos um manual de instruções de como devemos desenvolvê-lo e usá-lo a nosso favor. Ele faz parte de nosso processo de desenvolvimento pessoal.

Conforme crescemos e aprendemos, também desenvolvemos nosso potencial. Em alguns casos, encontramos nossos talentos precocemente, através de atividades educacionais. Em salas de aulas surgem futuros, pintores, artistas, engenheiros, advogados, professores, isso, principalmente se os aprendizes receberem o devido estímulo.

Em alguns casos, nato. Pessoas nascem com determinados potenciais e aprendem o ofício rapidamente, quase inconscientemente. Outras vezes, desenvolvido. Através da dedicação e prática, preferencialmente diária, dons, como também são conhecidos, ganham contornos reais, independente do grau de dificuldade.

E como comparar os dons de cada indivíduo? Talvez essa relação seja injusta, pois a perspectiva de admiração é subjetiva. Há aqueles que admiram boa música rancheira tocada suavemente no violão, enquanto outros se esbaldam, liberando seus instintos ao som grave da guitarra elétrica. Um ícone futebolístico é reverenciado para os admiradores do esporte, muito mais do que um escritor talentoso, graças à interferência da mídia de massa, como bem sabemos, porém não pensam assim os amantes da literatura.

Dons, combinados com a alta demanda de atenção pelo ofício desempenhado, resultam em riqueza por aquilo que se faz por amor, entretanto, uma das particularidades do talento, é o auto-reconhecimento e a própria satisfação por estar fazendo aquilo que gosta, desenvolvendo assim o seu potencial com maior aproveitamento.  Existem aqueles, que o reconhecimento financeiro pouco importa. Nunca abririam mão do que fazem de coração por qualquer tipo de recompensa financeira.

Seja ele qual for, temos como obrigação desenvolver ao máximo nossos talentos. Somos agraciados por Deus com tamanha dádiva, para que nossas vidas possam ter sentido. Somos responsáveis por deixar nosso legado e sermos lembrados, independente do número de pessoas, de que fomos merecedores de tais habilidades.

Nunca desista de encontrar sua verdadeira vocação. Continue lutando e perseguindo aquilo em que acredita ser bom. O talento é a principal ferramenta e seu desenvolvimento, o melhor caminho pelo qual atravessamos para realizar nossos sonhos.



Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Previna-se, proteja-se

No mês de outubro de cada ano, as cores cedem espaço para a predominância do rosa. Sem preconceitos e ideias pejorativas, muitos aderem como uma forma de lembrete ou recordação importante, afinal é o período de incentivo à prevenção ao câncer de mama. Mulheres do mundo todo se unem com o propósito de alertar sobre métodos preventivos e de vigilância constante.

O movimento teve início nos Estados Unidos durante os anos 90, onde apenas alguns estados americanos, tinham pequenos atos isolados que refletissem sobre o assunto. Com o tempo, o movimento ganhou força e o Congresso americano decretou outubro como o mês de combate ao câncer de mama. A ideia fora tão bem concebida, que muitos países ao redor do globo aderiram ao movimento. O Brasil teve sua primeira manifestação no ano de 2002, quando o obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, ganhou uma iluminação especial de cor rosa, marca esta, que é predominante como maneira de chamar a devida atenção ao combate ao câncer de mama.

Mas quando a prevenção é demasiada tarde e os exames de mamografia detectam um quadro nocivo, uma longa jornada de luta e perseverança em prol da vida se inicia. Exames periódicos, medicamentos fortes e nauseantes, tratamentos rígidos, quimioterapia e radioterapia. Vaidade ganha novo contexto, cabelos caem, físico sofre mais fraco, quase anoréxico. Dá-lhe soro e mais medicamentos, algumas privações, enfim... Só quem passa, sente na pele quais são os efeitos e processos do martírio, em busca de uma possível cura.

Aproveitando o gancho, nos deparamos não só com mulheres com problemas de câncer, mas também homens, além de idosos e crianças. Isso mesmo, em alguns casos, até os pequenos inocentes padecem, mesmo não entendendo a razão do problema. Seja ela qual for, a doença não escolhe, gênero, raça, crença ou idade. Ela se instala no organismo de maneira sorrateira e se manifesta, as vezes levando ao fim, vidas que apenas começaram, ou que vão cedo demais.

E pior do que o estado de enfermidade é a falta de respeito com as necessidades de quem urgentemente necessita de auxílio. Vemos constantemente, inúmeros casos em que pessoas morrem nas filas e nos leitos hospitalares, por não terem tratamentos adequados. Em alguns casos de injustiça, as maiores doenças são a pobreza. Pessoas não dispõem de recursos que custeiem um tratamento particular e adequado. E quanto aos líderes governistas, esta reflexão não merece ser manchada com algo tão pútrido.

Mas há pessoas que encaram a doença como um desafio, um obstáculo a ser superado. Uma chance de buscar o autoconhecimento e desenvolver o controle da situação. Pessoas neste estágio entendem que aquele pode ser o último dia, um último momento, uma única chance, os derradeiros suspiros. Com isso, elas se agarram a qualquer manifestação de vida. A simples presença das pessoas amadas, os cantos dos pássaros, a brisa suave do vento. Cada detalhe que deixamos para observar depois é de imediato percebido por aqueles que entendem a possibilidade de não possuírem uma segunda chance, para apreciar as coisas belas que a vida tem a oferecer. 

Se você é mulher, previna-se PERIODICAMENTE, não apenas neste mês. E se você não pertencer a este grupo, cuide das flores que o rodeiam. Fale com elas e insista na prevenção. Somos todos unidos na luta contra o câncer.


Mulher! No toque das mãos. Nos exames convencionais ou digitais. Fazendo a prevenção... Sempre há solução!
Gisele Paiva, vencedora do concurso, “Melhor frase ou slogan sobre à prevenção do câncer de mama”. 


sábado, 12 de outubro de 2013

Em vez de presente, dê futuro

No dia 12 de outubro, comemora-se mais uma data festiva e comercial: o dia das crianças. Sim, as nossas amadas, doces e inocentes crianças. Quem nunca suspirou encantado com um simples sorriso, gesto ou esboço de palavra de um pequenino? Seus movimentos exíguos, carregados de inocência e infantilidade nos surpreendem e causam euforia. Qual pai ou mãe não se encanta com os primeiros passos de sua cria, ou ainda a tão esperada primeira palavra? Freqüentemente nos deparamos com crianças desconhecidas de nosso convívio, entretanto nossa reação de admiração é sempre a mesma: a de emoção afetiva por aquelas pequenas criaturas.

Porém sabemos que o mundo fantasiosamente perfeito, existe apenas no imaginário infantil onde tudo é possível e as situações complexas que rodeiam a vida adulta, ficam de fora. Isso faz parte do processo natural da vida, e um dia conformem forem crescendo e amadurecendo, elas também possuirão a capacidade necessária para superar as adversidades encontradas.

A problemática da situação acontece quando a visão de mundo caótico e complexo chega até as crianças de maneira prematura. Muitas delas passam por situações perturbadoras quando ainda são tão dependentes para necessidades básicas. Algumas testemunham situações pecaminosas de exploração, tanta física quanto mental, e os danos causados por essas experiências, muitas vezes, covardes e inapropriadas, deixam seqüelas que influenciam na formação de personalidade e caráter, podendo torná-los adultos rebeldes e infortúnios.

A formação de uma criança depende fundamentalmente de educação de qualidade, tanto em casa quanto na escola. Isso infelizmente tem se tornado incomum. Pais cada vez mais despreparados e irresponsáveis transferem suas frustrações aos inocentes, culpando-os, como se fossem origem de constantes malefícios. E como o exemplo arrasta, naturalmente seus filhos imitarão suas ações, formando assim, adultos menos preparados para assumirem uma postura de coexistência social.

Com a mudança brusca em direção à novos rumos que o mundo toma, as crianças notavelmente acompanham essa veloz evolução. Hoje em dia, rapidamente, elas aprendem a andar, falar, utilizar aparelhos eletrônicos, falar outro idioma e questionar quando não estão de acordo com algo. Além de também o amadurecimento precoce ser verificável em suas aparências, onde cada vez mais cedo, tomam forma física de adultos. Por essas e outras que devemos ter em mente, qual o legado que estamos deixando às futuras gerações.

Neste dia das crianças, que tal se analisarmos o que realmente estamos transmitindo à elas? Será algo valioso que levarão como virtude em sua jornada, ou apenas uma lembrança que rapidamente perderá seu valor, mas que cumprirá o protocolo? Estamos sendo exemplos através de nossas ações que são constantemente observadas por elas? Desejamos tanto deixar um mundo melhor para nossas crianças, mas será que estamos deixando crianças melhores para o mundo? Caso tenha dúvidas de como proceder para responder a esses questionamentos, consulte sua criança interior, deixe-a dar o ar da graça e auxiliá-lo através de sua criatividade.

Se caso após ler este texto, você estiver perto de uma criança, dê-lhe um abraço confortante e reflita, como poderá ajudá-la a se tornar o melhor dos adultos, capaz de realizar todos os seus sonhos. Isso com certeza fará muita diferença, afinal, a criança bem direcionada hoje, será o adulto grato amanhã.


No amor de uma criança tem tanta canção pra nascer, carinho e confiança, vontade e razão de viver.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Chafurdando a cultura midiática brasileira

Difícil dizer, como em tão pouco tempo nossa cultura se perdeu, e o que levou a essa torrente desastrosa de entretenimento chulo. Qual fora o ponto em que o obsceno e o ridículo, tomaram espaço do crítico e poético. Em um período irrisório, mudamos do “Já me acostumei com a tua voz. Com teu rosto e teu olhar. Me partiram em dois. E procuro agora o que é minha metade. Quando não estás aqui. Sinto falta de mim mesmo. E sinto falta do meu corpo junto ao teu”, para o desastroso, tosco, pecaminoso “Cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai”.

Com certeza a música sempre esteve na vanguarda determinante de uma cultura, ditando modas e tendências. Entretanto as alterações culturais tiveram bruscas mudanças em vários setores do entretenimento. Programas que antes eram voltados para a família, com conteúdo apropriado e respeitoso, onde todos os membros com suas idades variadas poderiam assimilar as informações transmitidas, deram espaço ao apelativo e nada criativo.

Programas de auditório e voltado ao público infantil, propagandas e séries, de repente tudo ficou mudado, o criativo, cômico, ganhou conotações inapropriadas, com fortes tendências sexuais e de violência. Novelas que antes refletiam situações amorosas e dramáticas, agora falam de discórdias, busca incessante por poder, incitam o ódio, a exploração dos menos favorecidos e violam todos os princípios familiares.

E o pior é que muitas vezes não percebemos o quanto somos influenciados por essas tendências populares. Casamentos atualmente são desfeitos mais rapidamente do que o tempo utilizado no preparo da festa matrimonial. Crianças são tratadas como adultas, usando maquiagem, vestidos curtos, explorando a integridade do próprio corpo, rebolando em músicas com características sedutoras, enquanto adultos acham isso normal e bonito.

E a lista do desastre cultural é grande. Já passamos por segura o tchan, ralando na boquinha da garrafa, dança da vassoura, prova da banheira, onde pessoas pegavam sabonetes dentro d’água, propositalmente mostrando corpos seminus em biquínis e sungas minúsculas, em busca de vencer a concorrência na disputa por audiência.

O que dizer então da depravação intelectual dos chamados realities shows, que de reais não possuem nada. Joguetes pífios de intrigas e tramas montados pela produção, repetidos por famosos imediatistas sem talento algum e que usam de seus músculos torneados e silicones avantajados para atrair a atenção do telespectador.

Inevitavelmente partimos para o pior possível. As pessoas estão condicionadas através da mídia a ostentarem a baderna e deixar de lado o essencial. O senso crítico por mudanças e atitudes necessárias, discutido em tempos passados, hoje é banalizado por farras, regadas a dinheiro, bens materiais, mulheres, drogas, álcool, sexo e tudo aquilo que realizado sem a devida responsabilidade, criam resultados indesejados, e o que é pior, gera uma reação em cadeia.

Pensando sobre esse assunto, chego à conclusão que Charles Darwin estava errado, pois de maneira alguma podemos considerar esse cenário como evolução.


Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Do homem primata ao super homem

Semana puxada, cansativa, chegando à beira da exaustão. Também pudera. Trabalho, faculdade, curso, aulas de artes marciais, estudos, semana de provas, blog... São tantas coisas que 24 horas estão sendo insuficientes para um dia. Dormir o necessário por noite, nem lembro a última vez. A nova rotina ganha a cada dia, contornos de ações diárias sem previsão de término. O cansaço, uma vez ignorado, cede espaço à persistência, em busca de conquistas.

Às vezes me questiono, se isso é tendência do mundo moderno, ou apenas para mim, que me peguei parado no tempo, vendo tudo girar rapidamente. Mas por que tanta pressa? O que houve? Que se passa para tantas obrigações em tão pouco tempo?  O que houve com as pessoas, para que um simples bom dia seja dito sem ao menos olhar nos olhos de quem se reverência?

O mundo atualmente, com suas infinitas atribuições, demandas, pendências e adjacentes, faz com que pessoas se tornem multifuncionais. Forçadamente são mais sobrecarregadas com inúmeras tarefas, às vezes de gêneros distintos. A lei da oferta e procura determina que uma faça o que antes era atribuição de três ou quatro.

Isso tudo sem contar o aprendizado. Logo cedo, crianças aprendem novos idiomas, novos recursos tecnológicos, além de jogos interativos que estimulam o raciocínio e a concentração. Um preparo eficiente e um tanto alienado para aqueles que um dia darão continuidade a fúria do mundo concorrido, em busca de mais recursos e inovações.

Difícil dizer o que e quando tudo desencadeou para essa direção. Apenas constatamos este fato diariamente. Olhar para trás e tentar entender o que ocasionou essa avalanche, pode significar ser atropelado por aqueles que correm em direção ao sucesso, ao estrelato, ao reconhecimento ou a simples sobrevivência. Cada um tem suas razões sobre o que e por quem enfrentar tamanho desafio. O importante é ter ciência de que parar no tempo e ver tudo passar, certamente significará a diferença entre um futuro sustentável e cair em completa desgraça, sem ter controle do próprio destino.

E será que todo esse investimento, de tempo, dinheiro, saúde, sanidade, está tendo o retorno esperado? Certamente não. Parecemos voltar ao tempo em que a chibata determinava a recompensa pelos esforços. Graças à imensa concorrência e vastidão de mão-de-obra, preparada e ociosa por falta de oportunidade, determinou que aqueles que detêm a chance de conquista, se submetam as piores situações, para garantirem o pouco de maná que jorra da fonte.

É cada vez mais comum poucos terem muito, devido ao excesso de esforço de muitos que possuem pouco. E a estratégia está bem definida. Como a maioria vai parar e analisar, quando estão correndo ininterruptamente atrás da suposta vitória que um dia chegará? Ou pelo menos é o que dizem.

A busca frenética por... Enfim, são tantas coisas e tantas tarefas, que fica difícil estabelecer ou dar atenção ao prêmio final. O que sabemos é que nossa essência está mudando para padrões incontroláveis. Acompanhar o ritmo é torturante, e quem não estiver qualificado ou adaptado, estará fora do jogo.


Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.