segunda-feira, 24 de junho de 2013

Minha primeira vez

Sempre temos a primeira vez para tudo em nossas vidas, primeiro dia de aula, primeiro amor, primeiro beijo, primeiro zero na escola, primeiro emprego e o mais conhecido de todos, a primeira relação sexual ou como diriam os mais românticos, a primeira vez que fazemos amor.

“VEM, VEM, VEM PRA RUA VEM!”

Entretanto, sempre fui fascinado por fazer diferente, deixo o modismo e o habitual de lado e prefiro compartilhar com os amigos leitores minha primeira experiência como cidadão brasileiro em uma marcha histórica que marcará para sempre nosso senso de patriotismo.

“SEM VIOLÊNCIA, BANDIDO AQUI É CHAMADO DE EXCELÊNCIA!”

Desde que fiquei sabendo desta oportunidade de representar meu país fiquei entusiasmado, a ansiedade foi aumentando conforme a data histórica se aproximava, afinal, o último fato de protesto que causasse comoção nacional aconteceu no início dos anos 90 com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, na ocasião era apenas uma criança e mal entendia a importância em ser um cidadão dentro de um sistema democrático.

“O POVO ACORDOU, O POVO ACORDOU, O POVO ACORDOU!”

A data histórica foi marcada para 20 de junho de 2013, dia que os brasileiros disseram BASTA, chega de sermos tratados como simples pagadores de impostos, chega de sermos massacrados com tributos abusivos e de usarem nosso sacrifício com projetos supérfluos e tendenciados à corrupção.

“VOCÊ AI PARADO, TAMBÉM É EXPLORADO!”

Chegando ao local indicado para a concentração dos manifestantes, a sensação foi indescritível, a grande maioria composta por jovens com caras pintadas de verde e amarelo, cartazes com palavras de ordem e reinvidicações, todos unidos em marcha com o propósito de mostrar a nossos governantes que não toleraremos mais sermos ignorados e desrespeitados.

“VERÁS QUE O FILHO TEU NÃO FOGE A LUTA!”

Nossa peregrinação seguiu pelos principais pontos de entroncamento de veículos da cidade de São José dos Campos, pelo caminho encontrávamos pessoas que embora continuassem suas rotinas, demonstravam apreciação a nossa causa, afinal sabiam que mesmo impossibilitados de acompanhar por motivos pessoais, também tinham seus direitos representados pelos manifestantes.

“VAMOS PRA DUTRA, VAMOS PRA DUTRA, VAMOS PRA DUTRA!”

Com muita organização, sem atos de vandalismo e mostrando superação, o grupo prosseguia sem nenhuma demonstração de cansaço. Em determinado ponto os manifestantes adentraram a principal Rodovia do país, a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, alguns mais empolgados, queimaram uma catraca de isopor no meio da pista, já que o início de toda essa revolta deve-se ao aumento das passagens de ônibus em todo Brasil.

“SAI DO CHÃO, SAI DO CHÃO, CONTRA A TARIFA DO BUSÃO!”

Após uma longa caminhada o grupo parou para gritar palavras de ordem, cantar o hino nacional e convocar um novo protesto, desta vez contra a PEC-37, onde em resumo, os parlamentares querem diminuir ou até mesmo isentar o poder de investigação do Ministério Público e até mesmo do Supremo Tribunal Federal, em casos de gastos excessivos e denúncias de desvio de dinheiro público, como se os meios de abusos e exploração aos brasileiros ainda não fossem suficientes.

“EU SOU BRASILEIRO, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR!”

Finalmente depois de tanto tempo, depois de tanta corrupção, depois de tanto abuso, o GIGANTE ACORDOU. E essa luta não pode parar, só colocaremos fim em tanta desigualdade quando nossos protestos virarem rotina e o fizermos por hábito, assim manteremos o pensamento de ação coletiva em busca de um país mais justo, unido e contra a corrupção, pois esse é o melhor legado que podemos deixar para as próximas gerações.

“DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA BRASIL!”



As ocasiões fazem as revoluções.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Democracia? Como assim?

Se é um governo do povo para o povo, porque não é respeitado assim? O que acontece para testemunharmos tantas atitudes hostis contra a população que se permite dar um tempo em sua rotina para tornar-se um manifestante em prol de seu sistema de governo vigente? São nossos elegíveis que estão nos representando ou nossos carrascos? Será que eles esquecem que são prestadores de serviços, ou seja, nossos funcionários e recebem remunerações expressivas pagas pelos impostos dos contribuintes? Tantas questões levantadas e a solução ainda parece distante de nossos olhos, de nossos ouvidos, de nossa realidade.

O conceito de democracia começou na Grécia antiga no século V a.C., onde o povo manifestava seus desejos através do voto direto, delineando os rumos a serem seguidos em suas cidades. Todo cidadão tinha não só o direito mas também o dever de votar, entretanto a ideia de que todo cidadão votava não correspondia a realidade, em Atenas, berço do regime democrático, mulheres, escravos e estrangeiros, não eram considerados cidadãos, portanto eram privados desse direito.

Com o passar dos anos a democracia evoluiu, tornando-se o sistema de governo predominante na maioria dos países, citando a todos como cidadãos livres com direitos e deveres, principalmente quando o assunto é o direito de votar e eleger seus representantes, seja na câmara, senado ou congresso nacional.

Mas até que ponto podemos ter a ótica de que estamos em um sistema de governo livre onde nossas vontades e necessidades são respeitadas e principalmente atendidas? Será que aquilo que nossos representantes decidem realmente nos favorece? O cenário internacional do regime democrático, mais parece um jogo de interesses entre situação e oposição. No Brasil, esse cenário piora, afinal temos a cultura de sermos explorados desde o descobrimento, os políticos com seus discursos moralistas e poéticos, fingem fazer uma administração pública que atendam nossas demandas, e a população assiste parada e até certo ponto omissa.

Digo até certo ponto, pois verificamos através dos fatos ocorridos ultimamente que as coisas não são bem assim. A grande aclamação pública pela redução da maioridade penal tem incomodado nossos nobres deputados e senadores, que parecem que são os únicos a não verem que um adolescente de 16 ou até mesmo 14 anos, está ciente de suas responsabilidades e atitudes. Assim como a cobrança por medidas públicas que contenham o avanço desenfreado da violência urbana, que faz a cada dia vítimas inocentes padecerem por um sistema judiciário defasado e tolerante.

E o que dizer das batalhas diárias após o horário do expediente com o intuito de impedir o aumento das passagens de ônibus. Verdadeiros duelos se concentram nas principais capitais brasileiras com o objetivo de mostrar a indignação do contribuinte que se vê apenas desfavorecido financeiramente.

Alguns reclamam sobre a paralisação do trânsito, sobre seu direito de ir e vir cerceado, sobre o caos instaurado, muitos pedem manifestações pacíficas isoladas, imperceptíveis, para que sua rotina não seja prejudicada, claro que não me demonstro a favor da barbárie, mas algo concreto e visível precisa ser feito, senão a velha estratégia política de amenizar a situação com discursos vazios e autoritários falam mais alto e tudo termina na famosa pizza.

A democracia é um sistema político e como tal deve ter sua filosofia e métodos respeitados e seguidos, afinal uma nação só tem progresso através da dedicação de seu povo e o mesmo tem por direito desfrutar os benefícios de sua contribuição. E nós cidadãos temos que ter consciência e união para garantirmos nossos direitos assegurados e respeitados, afinal somos a base de um país digno e próspero.   


A Democracia hoje é um bando de homens governando um bando maior que não sabem escolher.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Risos, rs

Ha ha ha ha ha ha, essa com certeza é a onomatopéia mais usada para definir um dos melhores atributos e sensações dos seres humanos, o riso. As situações que nos levam a rir são inúmeras, alguma cena engraçada, inusitada, uma piada, um comentário, as possibilidades são incontáveis.

Em alguns casos provocamos situações que nos levarão a dar boas risadas, como um happy hour com os colegas de trabalho depois do expediente, a baladinha com os amigos no final de semana, onde além de descontração e “azaração”, as boas risadas também são garantias de uma noite agradável.  

O riso representa nossas emoções positivas, mostra o quanto estamos felizes, alegres, entusiasmados, é um de nossos melhores recursos naturais para aliviar a tensão, o stress, a ansiedade, reforçando assim nossa imunidade, diminuindo dores e aliviando a tensão muscular.

Quem não se lembra de alguma situação em que riu copiosamente, ou então de um grupo de amigos que quando se reunia a diversão era certa, ou ainda aquele amigo, colega ou parente divertido que era o responsável pela diversão do pessoal? Pois é, situações que promovam risadas e nosso divertimento fazem parte de nossas rotinas, afinal é um dos caminhos mais promissores para nossa felicidade.

Risadas também são atribuídas as nossas maneiras de expressão, existem casos em que utilizamos dos risos quando ficamos sem graça por uma situação ou para agradar alguma pessoa com quem tenhamos menos afinidade, ou ainda o chefe e alguém considerado importante. Em outras ocasiões, relacionamos a brincadeiras não convencionais, como pequenas brigas e trocas de tapas, nesses casos a risada simboliza que apesar da aparência séria, não passam de brincadeiras de crianças.

Dizemos que rir é o melhor remédio e isso tem fundamento, além dos benefícios já descritos o riso age diretamente na serotonina, um neurotransmissor de nosso cérebro, que além de regular nosso apetite, ritmo cardíaco, movimentos e funções intelectuais, também é diretamente responsável pelo controle de nosso humor.

Particularmente, sou um grande adepto do riso, dou boas risadas com amigos, pessoas do convívio, sozinho, de minhas ideias, meus problemas, situações que crio, pois trata-se de uma representação de felicidade instantânea, não precisamos de muita elaboração, contexto e roteiro para idealizá-lo, basta apenas nossa simples vontade em sermos mais alegres, espontâneos e descontraídos, assim nos aproximamos de outras pessoas e nos tornamos referência de bom humor.

Para fechar com chave de ouro, o vídeo abaixo mostra que não somente situações nos levam a rir, mas também risadas engraçadas de outras pessoas assistam e aproveitem, afinal o que mais desejamos é sermos felizes.


Um dia sem rir é um dia desperdiçado.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Liberdade ou libertinagem, afinal o que queremos?

Certamente o maior desejo dos seres humanos é o de preservar sua consciência de liberdade. Nascemos, crescemos e vivemos livres, tendo os nossos direitos relacionados ao tema na maioria das vezes respeitados. Quando isso não acontece, protestamos, lutamos, combatemos, a fim de preservar e garantir nosso senso de liberdade.

A história possui inúmeros relatos de batalhas entre dominadores e dominados, enquanto uns queriam a manutenção de sua postura como seres supremos, outros desejavam respirar o ar dos livres merecedores. Por maiores que fossem as perdas e mais sofríveis que fossem as batalhas, a unanimidade dos mesmos objetivos mostram o quanto valia a pena lutar para conquistarem a tão sonhada liberdade, seja para seus familiares, compatriotas ou para si mesmo.

Mas será que com o passar do tempo conseguimos usufruir esse direito de maneira saudável e respeitando os princípios de coexistência com nossos semelhantes? Realmente temos exercido nossa liberdade como deveríamos ou estamos cometendo excessos? Será que somos capazes de ser livres com inteligência?

O excesso de liberdade, sem controle e limitações, é popularmente conhecido como libertinagem. O anseio de extrapolar os limites, desafiar o proibido e enfrentar sistemas e regras sempre atraiu os desejos de pessoas com personalidades mais ousadas. No Brasil, desde o retorno da democracia nos anos 80, a mídia propagou o livre pensar e não a censura, com isso os libertinos embarcaram nessa ideia, sentindo-se a vontade para pensarem, falarem e fazerem o que bem entendessem.

Com isso muitos conceitos mudaram, questões antes consideradas tabus hoje são disseminadas e discutidas. Pessoas do mesmo sexo trocam carícias e afagos em locais públicos, uso de drogas são mais comuns entre pessoas de faixas etárias e classes sociais diversas, e por ai vai.

Essa é a encruzilhada em que analisamos quais são as características que divergem liberdade de libertinagem. Muitas vezes os pontos são extrapolados antes mesmo de serem discutidos. Ideias de protestos ao sistema seja ele qual for, são usados como ferramentas para justificar as atitudes ilimitadas e inconsequentes.

Se retomarmos a história, no período da inquisição, a força coercitiva da Igreja Católica censurou a propagação de ideias como uma forma de controle sobre a população impedindo assim o progresso, em contrapartida, se não fosse as limitações com seu estilo ortodoxo, daria pra imaginar como o mundo estaria hoje depois de tanto tempo sem regras e limitações.

Somos todos livres, para pensar, agir, trabalhar, nos divertir, amar, porém temos que ser coerentes com os limites naturais da vida. Não devemos pensar que somos impedidos de fazer o que queremos e sim que com isso estamos evitando um possível desapontamento, dor ou ainda coisa pior. Obviamente a vida é uma aventura e deve ser aproveitada intensamente, mas usando a inteligência, afinal liberdade também exige responsabilidade.



"A liberdade é transformada em sociabilidade quando se tem inteligência, porém a libertinagem te leva a inconseqüência da tua promiscuidade..."