Semana puxada, cansativa, chegando à beira da exaustão.
Também pudera. Trabalho, faculdade, curso, aulas de artes marciais, estudos,
semana de provas, blog... São tantas coisas que 24 horas estão sendo
insuficientes para um dia. Dormir o necessário por noite, nem lembro a última
vez. A nova rotina ganha a cada dia, contornos de ações diárias sem previsão de
término. O cansaço, uma vez ignorado, cede espaço à persistência, em busca de
conquistas.
Às vezes me questiono, se isso é tendência do mundo moderno,
ou apenas para mim, que me peguei parado no tempo, vendo tudo girar
rapidamente. Mas por que tanta pressa? O que houve? Que se passa para tantas
obrigações em tão pouco tempo? O que
houve com as pessoas, para que um simples bom dia seja dito sem ao menos olhar
nos olhos de quem se reverência?
O mundo atualmente, com suas infinitas atribuições, demandas,
pendências e adjacentes, faz com que pessoas se tornem multifuncionais.
Forçadamente são mais sobrecarregadas com inúmeras tarefas, às vezes de gêneros
distintos. A lei da oferta e procura determina que uma faça o que antes era
atribuição de três ou quatro.
Isso tudo sem contar o aprendizado. Logo cedo, crianças
aprendem novos idiomas, novos recursos tecnológicos, além de jogos interativos
que estimulam o raciocínio e a concentração. Um preparo eficiente e um tanto
alienado para aqueles que um dia darão continuidade a fúria do mundo concorrido,
em busca de mais recursos e inovações.
Difícil dizer o que e quando tudo desencadeou para essa
direção. Apenas constatamos este fato diariamente. Olhar para trás e tentar entender
o que ocasionou essa avalanche, pode significar ser atropelado por aqueles que
correm em direção ao sucesso, ao estrelato, ao reconhecimento ou a simples
sobrevivência. Cada um tem suas razões sobre o que e por quem enfrentar tamanho
desafio. O importante é ter ciência de que parar no tempo e ver tudo passar,
certamente significará a diferença entre um futuro sustentável e cair em
completa desgraça, sem ter controle do próprio destino.
E será que todo esse investimento, de tempo, dinheiro, saúde,
sanidade, está tendo o retorno esperado? Certamente não. Parecemos voltar ao
tempo em que a chibata determinava a recompensa pelos esforços. Graças à imensa
concorrência e vastidão de mão-de-obra, preparada e ociosa por falta de
oportunidade, determinou que aqueles que detêm a chance de conquista, se
submetam as piores situações, para garantirem o pouco de maná que jorra da
fonte.
É cada vez mais comum poucos terem muito, devido ao excesso
de esforço de muitos que possuem pouco. E a estratégia está bem definida. Como
a maioria vai parar e analisar, quando estão correndo ininterruptamente atrás
da suposta vitória que um dia chegará? Ou pelo menos é o que dizem.
A busca frenética por... Enfim, são tantas coisas e tantas
tarefas, que fica difícil estabelecer ou dar atenção ao prêmio final. O que
sabemos é que nossa essência está mudando para padrões incontroláveis. Acompanhar
o ritmo é torturante, e quem não estiver qualificado ou adaptado, estará fora
do jogo.
Choramos ao nascer porque chegamos a
este imenso cenário de dementes.