segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Overdose tecnológica

Clica, acessa, amplia, visualiza, compartilha, recebe, envia... Uma infinidade de opções que até então não imaginávamos ser possível e que em pouco tempo se torna obsoleto e substituído por outras opções tecnológicas. Causam fascínio, fissura, vício, dominam nossos impulsos e instigam a curiosidade.

Aparelhos, que começaram grandes, complexos, com poucas funções, restritos e caros, muito caros. Em pouco tempo ganharam o mundo, tornando-se mais acessíveis, populares, com custos reduzidos e conseqüentemente mais baratos. Assim, todos teriam condições iguais de desfrutarem os benefícios das inovações tecnológicas.


Inicialmente, veio para aperfeiçoar e popularizar a invenção de Alexander Graham Bell. O uso do telefone móvel, ou celular, agilizou categoricamente o processo de comunicação. Como a ânsia por aperfeiçoamento sempre fora grande, logo o aparelho ganhou diversas funções. Cedeu espaço do analógico para o digital, passou a calcular, mostrar horas e fuso horários pelo mundo, receber e mandar e-mails, mensagens instantâneas, pagar contas, acessar internet, fotografar e fazer vídeos.

E não apenas em formato telefônico. Pequenos computadores portáteis, tablets com funções de touch screen, tão simples de serem manuseados e administrados que até os pequenos se interagem enquanto aprendem a andar.

Graças a tanto avanço, tantas opções tantos isso, tantos aquilo, a indústria de aparelhos com recursos tecnológicos só tem a agradecer aos deuses por tamanha fartura. Cada novo lançamento é disseminado como uma peste. São divulgados pela net, Tv, pessoalmente entre amigos, causando um desejo imenso de possessividade. - “Eu preciso ter isto também”.

A velocidade com que as informações circulam é tão assustadora, e aparentemente a necessidade de absorvê-las também cresce na mesma medida. Coisas fúteis têm mais atenção do que assuntos realmente importantes. Mais vale saber o que o amigo do vizinho almoçou no último domingo do que a aprovação do aumento de salário dos vereadores da cidade, sem motivo plausível.

É cada vez mais comum deparar-se com pessoas entretidas com seus aparelhos, em seu universo individualista. Ficam tão distraídas, que os outros ao redor são ignorados. Não “pera”... Eles também estão distraídos com seus aparelhos em seu universo individualista. Parece que é mais engraçado e divertido a sensação de contar uma história ou piada para alguém usando esses mecanismos do que simplesmente virar para o lado e contar pessoalmente olhando nos olhos.


Essa é uma tendência que mostra o quanto as pessoas valorizam cada vez mais o ter do que o ser. Parece coisa de velho nostálgico, mas nada supera uma interatividade humana. Sentir a presença de outro ao redor, demonstrando e percebendo as emoções, esses sim são fragmentos inesquecíveis.

Por mais incríveis e inovadores que esses aparelhos se tornem, jamais superarão a complexidade, espontaneidade e criatividade humana. Somos autênticas obras de Deus, o maior inventor do universo.


Trocava toda minha tecnologia por uma tarde com Sócrates.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Por que não entendo?

Penso, reflito e não consigo entender. São tantas as dúvidas, tantos mistérios, que quanto mais aprendo, mais ignorante me torno. É estranho imaginar que em muitos casos a ignorância parece uma benção. Quanto menos conhecimento disponho, menor será meu sofrimento. Será? Talvez...


As dúvidas começam quando crianças. Fase de aprendizado e descobertas. Tudo é novo, sem exceções. Perguntas são elaboradas e respostas adquiridas antes mesmo de serem pronunciadas. E com o tempo nada facilita, tudo se modifica e conforme nossas capacidades em aprender somadas as experiências que temos se tornam maiores, as dúvidas sobre tudo aumentam na mesma proporção.

Nos questionamos porque o céu é azul e não de outra cor, ou porque o brócolis tem um gosto tão amargo e ruim, mas é rico em minerais como potássio, ferro e zinco, propriedades indispensáveis para nosso organismo?  Por que as pessoas às vezes mentem, são falsas e desagradáveis, egoístas ou ainda malignas? Também por que outras são tão benevolentes, que nem o maior dos percalços as corrompe?

Por que algumas vivem plenitude, regados a sucesso e alegrias, são amadas e desejadas, muitos cultivam sua amizade e constante presença, enquanto outras sofrem com problemas contínuos, que apenas mudam de figura, mas são constantes em suas vidas medíocres?

Questões simples, questões complexas, tudo movido pela curiosidade, natural de todos. Sem o questionamento nada mudaria, o mundo não progrediria, ficaria na mesmice e completamente estagnado. Os avanços só foram possíveis, porque um dia alguém perguntou: Por que isso é assim, e não de outro jeito? A queda de uma maça na cabeça de um gênio nos levou a entender a gravidade. A inquietação de tantos outros também levaram a descobertas e invenções fascinantes, como o fogo, o avião, o facebook.

Como podemos perceber as perguntas sempre estiveram por trás da evolução. Cada nova descoberta acarretava em mudanças, seja de comportamento, atitude, crença ou planos pessoais.
Com a era da informação, o acesso a respostas ficou cada vez maior. Perguntas variadas são facilmente respondidas através de uma consulta à internet. Mas será que desejamos saber as respostas, ou a dúvida se torna nossa amiga? A resposta é que em alguns casos, gostamos de complicar em vez de esclarecer, e pode parecer maluquice, mas as afirmações convictas às vezes nos atrapalham e irritam, porque nem sempre é aquilo que esperamos ou queremos.

Ficou complicado entender? Não se preocupe você não é o único. As dúvidas são boas, nos aliviam do comodismo e aceitação condicionada. Busque respostas e as encontrará, ou ainda enfrentará mais dúvidas. Assim é a vida, com seus constantes questionamentos.

A dúvida é o principio da sabedoria.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Somos tão jovens

Fase esperada, época sonhada, idade onde todos os sonhos são possíveis. Era de dúvidas, incertezas e decisões que nos perseguirão pelo resto de nossas vidas. Essa é a fase mais emocionante, empolgante, apaixonante. A tão aguardada e “eterna” juventude.


Obviamente, não é uma regra que todos tenham a mocidade com as mesmas características. Alguns antecipam e começam a tomar suas próprias decisões mais cedo, seja pela liberdade assistida ou total ausência dos pais ou responsáveis. Ou ainda pela influência de amigos mais empolgados que não dão tempo ao tempo, até atingirem certa maturidade para colocarem em prática, o que o mundo tem a oferecer nesta etapa.

Começa aos 18 anos e se prolonga além dos 40, pelo menos, assim é relacionado e vivenciado atualmente. Talvez esse seja o período em que as pessoas são menos segmentadas. Cada um tem seu estilo, suas preferências, sua profissão, suas escolhas. Algumas sábias e produtivas outras nem tanto, e às vezes, prejudiciais e irreversíveis.

Presenciamos com certo orgulho quando nos deparamos com jovens promissores e comprometidos com seu futuro, focados no aprendizado e em suas inúmeras disciplinas. A grande maioria se prepara para o vestibular, em busca das melhores universidades, galgando uma carreira de sucesso. Há outros que vão além. Preocupados com causas sociais, ingressam em trabalhos voluntários, aproveitando a vigor da idade para compartilharem seus aprendizados e adquirirem experiência.

Porém, como mencionado anteriormente, nem todos possuem as mesmas características. Boa parte aguarda ansioso a época da juventude para se divertirem cometendo excessos em vários aspectos. Experimentam alternativas para estimularem a empolgação e fazem o primeiro contato com drogas, álcool, atitudes promíscuas e irresponsáveis, isso quando já não o fazem quando são mais novos. Levados pelo impulso da busca por situações excitantes, não respeitam seus próprios limites e encontram fragmentos de felicidades intensas, porém ilusórias e passageiras.


O resultado de atitudes impensadas muitas vezes é a pior possível. Envolvimento com atividades ilícitas, destruição da própria integridade física e moral, quebra de relações familiares e desvinculação de metas futuras. Em situações como essas, podemos localizar os verdadeiros amigos. Não aqueles que brindam apenas suas vitórias, mas os que o sustentam e consolam durante as derrotas.

Um detalhe importante a ser analisado é a força da juventude. Unidos, enfrentam sistemas, injustiças, patrulhas, exércitos, em busca daquilo que consideram justo e correto. Os discursos políticos direcionados à essa classe, mostra bem à sua representatividade em círculos deliberativos. São ouvidos e respeitados, afinal, formam uma grande maioria, em que o mais sábio a se fazer é não contrariá-los.

Independente de esfera social, ser jovem é estar em contato com o ápice de sua representatividade como ser humano. Podemos escolher, enfrentar, questionar, decidir, em grande escala e com estilo. É a fase onde chegamos mais próximo ao ilimitado, onde nossa imaginação em busca dos sonhos flui com intensidade.

Ser jovem é muito bom, e já que não é eterno, aproveitemos da melhor forma possível.


 O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Acima de todas as coisas

Necessitamos, amamos, demandamos, até o idolatramos. A busca é freqüente, incansável, penosa, raramente prazerosa. Entregamo-nos ao seu uso, ao seu benefício, à sua necessidade. Sua quantia, muitas vezes define quem se aproxima e quem se afasta. Mostra o caráter e a lealdade das pessoas, quem devemos ou não confiar e às vezes revela a verdadeira identidade de quem foi depositada confiança. Senhoras e Senhores, com vocês, O DINHEIRO.

Criado nos primórdios dos tempos, a grana, um de seus nomes populares, tinha a função de ser usado como meio de troca. Trouxe praticidade aos mercadores que em vez de trocar um cavalo por uma tenda, simplesmente adquiriam o produto e pagavam com o papel moeda, nome comum usado à época. Era uma espécie de garantia equivalente a peças preciosas como o ouro, ou seja, um papel moeda de determinado valor, poderia ser trocado por qualquer objeto, considerado de valor e admirado por sua beleza e escassez.

Com o tempo, o dinheiro em papel ganhou força por si só. Independente de seu formato e característica que varia de país para país, o “dim-dim” (onomatopéia usada que caracteriza o barulho de uma antiga máquina registradora), tem o seu valor como meio de troca. O que varia comparado às moedas estrangeiras é o valor de mercado e o quanto ele pode comprar.

E por que um pedaço de papel que suja as mãos e expele mau cheiro é tão amado? Por que é tão determinante a ponto de fazermos o que não queremos para consegui-lo? A resposta a essa pergunta é muito simples. Todos somos consumidores antes mesmo de nascer e até depois de morrer. Viver tem seus custos e somos humanos com constantes necessidades. A diferença é que quanto mais dinheiro sem tem, mais se pode gastar, e os que não têm... Bom, sabemos como é.

Mais do que nunca, o dinheiro virou sinônimo de status. A equação é simples: se você tem mais dinheiro do que outro qualquer, logo será mais amado, mais admirado, mais respeitado, mais desejado e por ai vai. Não existem barreiras que limitam a força do dinheiro. Há aqueles que o perseguem a qualquer custo. Se esforçam, estudam para conseguirem melhores empregos, montam seu próprio negócio, trabalham horas além do expediente para receberem mais, ou garantirem o pouco que tem.

Não podemos nos esquecer dos corruptos e outros tipos de criminosos que fazem tudo a seu alcance, passando por cima de regras, leis e pessoas para acumularem riquezas e terem vidas repletas de luxúrias e excessos. O dinheiro traz uma sensação de poder que ilude muitas mentes fracas, que sucumbem à sua força e o que ele pode proporcionar.

Dinheiro traz felicidade? Para muitos sim. Aqueles que não abrem mão de um conforto a todo o momento, gostam de ostentação e quantificam pessoas, o dinheiro é fundamental. Mas em contrapartida, ainda existem aqueles que ficam às sombras de holofotes e valorizam qualidades autênticas. Não analisam pessoas pelos bens que possuem, mas o que são, com suas características e particularidades.

É um mal necessário as nossas vidas, mas o dinheiro tem a sua importância. Não conseguimos viver sem que faça parte de nossa rotina. Todos devemos lutar e conseguir nossa própria subsistência. Dinheiro é bom? Sim, mas quando nós estamos no controle. Ele nos pertence e não o contrário. 


O dinheiro é um bom criado, mas um mau senhor.