Agora sim, um verdadeiro sinal do apocalipse. Chegamos ao
ápice de nossas capacidades de desperdício e desvalorização. Um bem essencial,
tão abundante quanto à própria vida e considerado quase infinito, começa a
tornar-se uma miragem aos nossos olhos. A água, inevitavelmente imprescindível
à existência de todos os seres vivos, nos remete a um pesadelo com a simples
ideia de sua escassez.
Nosso planeta, repleto de belezas naturais, mesclado em fauna
e flora, e composto inicialmente por mais de 80% de água, espalhados em rios,
lagos, riachos, cachoeiras, mares e oceanos, é arrebatado por essa metamorfose
crescente e preocupante.
Agora, sendo a água tão abundante, como de repente chegamos a
esse ponto? Quem são os responsáveis? Para isso temos que levar em consideração
não somente o fator água, mas também outros que ao longo do tempo contribuem
para que os recursos em geral se tornem cada vez mais finitos.
A cada dia que passa a população mundial engrandece. Já somos
mais de sete bilhões de consumidores, isso contando apenas seres humanos. Uma
verdade inconveniente, pouco discutida e repelida pelos que são a favor da vida
e da antiga filosofia do “ide e procriai-vos.”
Será que já nos demos conta do tanto de recursos, como água,
por exemplo, utilizamos diariamente? Não falo apenas dos dois a três litros
diários que devemos beber, conforme recomendações de especialistas, em prol de
nossa saúde. Temos que considerar também a descarga do banheiro, a água usada
em roupas lavadas, em pratos limpos, banhos tomados e por ai vai. Será que a
usamos com inteligência evitando desperdícios?
Mas tudo bem, sabemos que a natureza em sua sabedoria é
renovável. Quase que por mágica. Aprendemos nas aulas de ciências no ensino
básico que o calor abundante do sol, reflete nas águas de rios e mares. O vapor
gerado sobe, transforma-se em nuvens no céu que traz a chuva, composta, como
bem sabemos de água.
Porém este processo já não se apresenta mais tão eficiente.
As ações humanas como destruição da camada de ozônio e aquecimento global
prejudicam o equilíbrio do ecossistema. E sem a matéria-prima principal, como será
dada seqüência a esta ordem?
A cada dia somos mais e o que nos é necessário se torna
menos. Tocamos em um ponto absolutamente vulnerável. Nossas ações nos tornaram
reféns no que diz respeito ao mínimo para nossa existência ou mesmo
sobrevivência. Algo efetivo precisa ser feito urgentemente. Comecemos nos
policiando em nossas ações diárias para evitar desperdícios. Chega de
irresponsabilidade e de velhos hábitos.
Espero com esta postagem, despertar alguns leitores para este
fato aterrador que influenciará diretamente nosso futuro. Cobre atitudes
conscientes de seu próximo e sirva de exemplo.
Pode parecer exagero, mas sinto cheiro de guerra. De sabor desconhecido,
indecifrável e que deixa a garganta seca.
Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.