Está chegando à hora... Novamente... Outra vez... No próximo
cinco de outubro, a representatividade pública de mais de 200 milhões de
brasileiros pelos próximos quatro anos será definida, através de eleições
diretas decididas em regime democrático. Momento de reflexão, avaliação e
decisão.
Quando o Brasil voltou a ser uma democracia na metade dos
anos 80, os brasileiros passaram a acreditar que uma revolução desejada e
necessária aconteceria. Através de uma constituição que favorecesse e tratasse
os brasileiros como iguais perante a lei, o futuro de uma nação próspera
estaria assegurado.
Mas nada como o tempo para curar feridas e abrir outras. Com
o passar dos anos, o ímpeto em busca de um país melhor perdeu força. A chama
inflamada pela conquista da liberdade e livramento sufocante do regime militar
se apagou. Velhos problemas retornaram e novamente o Brasil deu passos para
trás.
Nossos índices que avaliam as nações retrocederam. Temos uma
das piores distribuições de riquezas do mundo. Demais estatísticas como IDH
(índice de desenvolvimento humano), taxa de natalidade infantil, segurança
pública, qualidade educacional, nos nivelam a países que sofrem com misérias,
guerras e desastres naturais.
Se temos este cenário desastroso, o que estão fazendo os representantes
do povo? Onde estão os tratados como excelentíssimos e autoridades respeitáveis
e intocáveis? Ser um representante público é trabalhar para atender os interesses
da população, tão simples quanto isto. E por que cargas d’água isso não
acontece?
As respostas a essas perguntas são simples, todos sabemos e
em geral são antecedidas por risadas satirizadas. Isso ocorre porque já há
algum tempo, ver e ouvir alguém falando com sinceridade sobre política soa
falso. Nosso sistema político perdeu sua credibilidade e os brasileiros não
mais acreditam em discursos falaciosos e falsas promessas.
E como sempre tem espaço para cenários piores, eleições agora
viraram palanque de espetáculos circenses. Pseudos famosos e atuais fracassados
tentam o carreirismo público através de palhaçadas e exuberância de
imbecilidades. Utilizam o fato de serem conhecidos na mídia para angariarem
votos. Suas plataformas são vazias. Seus projetos são vagos, embasadas em
velhas “doenças” sofridas por nosso país.
Para comprovar a falta de credibilidade citada, muitos
brasileiros, a fim de demonstrarem sua insatisfação e descaso com algo tão
sério, oferecem seus votos e conseqüentemente suas confianças, em pessoas que
nitidamente não possuem o menor preparo, não farão a mais simples diferença e
apenas utilizarão para satisfação própria, os benefícios provenientes de recursos
públicos.
A política sofre com essa anomalia, devido a não ser mais
vista como uma serventia ao sistema e interesse público, mas sim como negócio.
Muitos querem tirar proveito. Muitos querem se beneficiar com salários altos,
status e poder.
Reflitamos sobre esses detalhes. Não pensemos que essa
desordem não terá conseqüências futuras. Se escolhemos quem nos representa,
então nós somos os responsáveis, os que realmente decidem, os patrões. Desejar
o poder, todos querem, mas poucos estão preparados para arcarem com suas
responsabilidades.
A mentira está presente antes das
eleições, durante uma paquera e depois de uma pescaria.
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