Todos nós temos, isso é fato. As variações são muitas e cada
um com seu devido valor. É difícil entender como é distribuído um talento, ou
quais são os pré-requisitos necessários para conseguir os mais admiráveis e que
trazem maior retorno.
Parece que este é um tema em que mais rapidamente chegamos
àquela velha conclusão, usada quando não se sabia algo, de que Deus quis assim.
Talentos não escolhemos nem distribuímos. Não pedimos pelo cardápio e muito
menos recebemos um manual de instruções de como devemos desenvolvê-lo e usá-lo
a nosso favor. Ele faz parte de nosso processo de desenvolvimento pessoal.
Conforme crescemos e aprendemos, também desenvolvemos nosso
potencial. Em alguns casos, encontramos nossos talentos precocemente, através
de atividades educacionais. Em salas de aulas surgem futuros, pintores,
artistas, engenheiros, advogados, professores, isso, principalmente se os
aprendizes receberem o devido estímulo.
Em alguns casos, nato. Pessoas nascem com determinados potenciais
e aprendem o ofício rapidamente, quase inconscientemente. Outras vezes,
desenvolvido. Através da dedicação e prática, preferencialmente diária, dons,
como também são conhecidos, ganham contornos reais, independente do grau de
dificuldade.
E como comparar os dons de cada indivíduo? Talvez essa
relação seja injusta, pois a perspectiva de admiração é subjetiva. Há aqueles
que admiram boa música rancheira tocada suavemente no violão, enquanto outros
se esbaldam, liberando seus instintos ao som grave da guitarra elétrica. Um
ícone futebolístico é reverenciado para os admiradores do esporte, muito mais
do que um escritor talentoso, graças à interferência da mídia de massa, como
bem sabemos, porém não pensam assim os amantes da literatura.
Dons, combinados com a alta demanda de atenção pelo ofício
desempenhado, resultam em riqueza por aquilo que se faz por amor, entretanto,
uma das particularidades do talento, é o auto-reconhecimento e a própria
satisfação por estar fazendo aquilo que gosta, desenvolvendo assim o seu
potencial com maior aproveitamento. Existem
aqueles, que o reconhecimento financeiro pouco importa. Nunca abririam mão do
que fazem de coração por qualquer tipo de recompensa financeira.
Seja ele qual for, temos como obrigação desenvolver ao máximo
nossos talentos. Somos agraciados por Deus com tamanha dádiva, para que nossas
vidas possam ter sentido. Somos responsáveis por deixar nosso legado e sermos
lembrados, independente do número de pessoas, de que fomos merecedores de tais
habilidades.
Nunca desista de encontrar sua verdadeira vocação. Continue
lutando e perseguindo aquilo em que acredita ser bom. O talento é a principal
ferramenta e seu desenvolvimento, o melhor caminho pelo qual atravessamos para
realizar nossos sonhos.
Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.