segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Talentos, encontre os seus

Todos nós temos, isso é fato. As variações são muitas e cada um com seu devido valor. É difícil entender como é distribuído um talento, ou quais são os pré-requisitos necessários para conseguir os mais admiráveis e que trazem maior retorno.

Parece que este é um tema em que mais rapidamente chegamos àquela velha conclusão, usada quando não se sabia algo, de que Deus quis assim. Talentos não escolhemos nem distribuímos. Não pedimos pelo cardápio e muito menos recebemos um manual de instruções de como devemos desenvolvê-lo e usá-lo a nosso favor. Ele faz parte de nosso processo de desenvolvimento pessoal.

Conforme crescemos e aprendemos, também desenvolvemos nosso potencial. Em alguns casos, encontramos nossos talentos precocemente, através de atividades educacionais. Em salas de aulas surgem futuros, pintores, artistas, engenheiros, advogados, professores, isso, principalmente se os aprendizes receberem o devido estímulo.

Em alguns casos, nato. Pessoas nascem com determinados potenciais e aprendem o ofício rapidamente, quase inconscientemente. Outras vezes, desenvolvido. Através da dedicação e prática, preferencialmente diária, dons, como também são conhecidos, ganham contornos reais, independente do grau de dificuldade.

E como comparar os dons de cada indivíduo? Talvez essa relação seja injusta, pois a perspectiva de admiração é subjetiva. Há aqueles que admiram boa música rancheira tocada suavemente no violão, enquanto outros se esbaldam, liberando seus instintos ao som grave da guitarra elétrica. Um ícone futebolístico é reverenciado para os admiradores do esporte, muito mais do que um escritor talentoso, graças à interferência da mídia de massa, como bem sabemos, porém não pensam assim os amantes da literatura.

Dons, combinados com a alta demanda de atenção pelo ofício desempenhado, resultam em riqueza por aquilo que se faz por amor, entretanto, uma das particularidades do talento, é o auto-reconhecimento e a própria satisfação por estar fazendo aquilo que gosta, desenvolvendo assim o seu potencial com maior aproveitamento.  Existem aqueles, que o reconhecimento financeiro pouco importa. Nunca abririam mão do que fazem de coração por qualquer tipo de recompensa financeira.

Seja ele qual for, temos como obrigação desenvolver ao máximo nossos talentos. Somos agraciados por Deus com tamanha dádiva, para que nossas vidas possam ter sentido. Somos responsáveis por deixar nosso legado e sermos lembrados, independente do número de pessoas, de que fomos merecedores de tais habilidades.

Nunca desista de encontrar sua verdadeira vocação. Continue lutando e perseguindo aquilo em que acredita ser bom. O talento é a principal ferramenta e seu desenvolvimento, o melhor caminho pelo qual atravessamos para realizar nossos sonhos.



Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Previna-se, proteja-se

No mês de outubro de cada ano, as cores cedem espaço para a predominância do rosa. Sem preconceitos e ideias pejorativas, muitos aderem como uma forma de lembrete ou recordação importante, afinal é o período de incentivo à prevenção ao câncer de mama. Mulheres do mundo todo se unem com o propósito de alertar sobre métodos preventivos e de vigilância constante.

O movimento teve início nos Estados Unidos durante os anos 90, onde apenas alguns estados americanos, tinham pequenos atos isolados que refletissem sobre o assunto. Com o tempo, o movimento ganhou força e o Congresso americano decretou outubro como o mês de combate ao câncer de mama. A ideia fora tão bem concebida, que muitos países ao redor do globo aderiram ao movimento. O Brasil teve sua primeira manifestação no ano de 2002, quando o obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, ganhou uma iluminação especial de cor rosa, marca esta, que é predominante como maneira de chamar a devida atenção ao combate ao câncer de mama.

Mas quando a prevenção é demasiada tarde e os exames de mamografia detectam um quadro nocivo, uma longa jornada de luta e perseverança em prol da vida se inicia. Exames periódicos, medicamentos fortes e nauseantes, tratamentos rígidos, quimioterapia e radioterapia. Vaidade ganha novo contexto, cabelos caem, físico sofre mais fraco, quase anoréxico. Dá-lhe soro e mais medicamentos, algumas privações, enfim... Só quem passa, sente na pele quais são os efeitos e processos do martírio, em busca de uma possível cura.

Aproveitando o gancho, nos deparamos não só com mulheres com problemas de câncer, mas também homens, além de idosos e crianças. Isso mesmo, em alguns casos, até os pequenos inocentes padecem, mesmo não entendendo a razão do problema. Seja ela qual for, a doença não escolhe, gênero, raça, crença ou idade. Ela se instala no organismo de maneira sorrateira e se manifesta, as vezes levando ao fim, vidas que apenas começaram, ou que vão cedo demais.

E pior do que o estado de enfermidade é a falta de respeito com as necessidades de quem urgentemente necessita de auxílio. Vemos constantemente, inúmeros casos em que pessoas morrem nas filas e nos leitos hospitalares, por não terem tratamentos adequados. Em alguns casos de injustiça, as maiores doenças são a pobreza. Pessoas não dispõem de recursos que custeiem um tratamento particular e adequado. E quanto aos líderes governistas, esta reflexão não merece ser manchada com algo tão pútrido.

Mas há pessoas que encaram a doença como um desafio, um obstáculo a ser superado. Uma chance de buscar o autoconhecimento e desenvolver o controle da situação. Pessoas neste estágio entendem que aquele pode ser o último dia, um último momento, uma única chance, os derradeiros suspiros. Com isso, elas se agarram a qualquer manifestação de vida. A simples presença das pessoas amadas, os cantos dos pássaros, a brisa suave do vento. Cada detalhe que deixamos para observar depois é de imediato percebido por aqueles que entendem a possibilidade de não possuírem uma segunda chance, para apreciar as coisas belas que a vida tem a oferecer. 

Se você é mulher, previna-se PERIODICAMENTE, não apenas neste mês. E se você não pertencer a este grupo, cuide das flores que o rodeiam. Fale com elas e insista na prevenção. Somos todos unidos na luta contra o câncer.


Mulher! No toque das mãos. Nos exames convencionais ou digitais. Fazendo a prevenção... Sempre há solução!
Gisele Paiva, vencedora do concurso, “Melhor frase ou slogan sobre à prevenção do câncer de mama”. 


sábado, 12 de outubro de 2013

Em vez de presente, dê futuro

No dia 12 de outubro, comemora-se mais uma data festiva e comercial: o dia das crianças. Sim, as nossas amadas, doces e inocentes crianças. Quem nunca suspirou encantado com um simples sorriso, gesto ou esboço de palavra de um pequenino? Seus movimentos exíguos, carregados de inocência e infantilidade nos surpreendem e causam euforia. Qual pai ou mãe não se encanta com os primeiros passos de sua cria, ou ainda a tão esperada primeira palavra? Freqüentemente nos deparamos com crianças desconhecidas de nosso convívio, entretanto nossa reação de admiração é sempre a mesma: a de emoção afetiva por aquelas pequenas criaturas.

Porém sabemos que o mundo fantasiosamente perfeito, existe apenas no imaginário infantil onde tudo é possível e as situações complexas que rodeiam a vida adulta, ficam de fora. Isso faz parte do processo natural da vida, e um dia conformem forem crescendo e amadurecendo, elas também possuirão a capacidade necessária para superar as adversidades encontradas.

A problemática da situação acontece quando a visão de mundo caótico e complexo chega até as crianças de maneira prematura. Muitas delas passam por situações perturbadoras quando ainda são tão dependentes para necessidades básicas. Algumas testemunham situações pecaminosas de exploração, tanta física quanto mental, e os danos causados por essas experiências, muitas vezes, covardes e inapropriadas, deixam seqüelas que influenciam na formação de personalidade e caráter, podendo torná-los adultos rebeldes e infortúnios.

A formação de uma criança depende fundamentalmente de educação de qualidade, tanto em casa quanto na escola. Isso infelizmente tem se tornado incomum. Pais cada vez mais despreparados e irresponsáveis transferem suas frustrações aos inocentes, culpando-os, como se fossem origem de constantes malefícios. E como o exemplo arrasta, naturalmente seus filhos imitarão suas ações, formando assim, adultos menos preparados para assumirem uma postura de coexistência social.

Com a mudança brusca em direção à novos rumos que o mundo toma, as crianças notavelmente acompanham essa veloz evolução. Hoje em dia, rapidamente, elas aprendem a andar, falar, utilizar aparelhos eletrônicos, falar outro idioma e questionar quando não estão de acordo com algo. Além de também o amadurecimento precoce ser verificável em suas aparências, onde cada vez mais cedo, tomam forma física de adultos. Por essas e outras que devemos ter em mente, qual o legado que estamos deixando às futuras gerações.

Neste dia das crianças, que tal se analisarmos o que realmente estamos transmitindo à elas? Será algo valioso que levarão como virtude em sua jornada, ou apenas uma lembrança que rapidamente perderá seu valor, mas que cumprirá o protocolo? Estamos sendo exemplos através de nossas ações que são constantemente observadas por elas? Desejamos tanto deixar um mundo melhor para nossas crianças, mas será que estamos deixando crianças melhores para o mundo? Caso tenha dúvidas de como proceder para responder a esses questionamentos, consulte sua criança interior, deixe-a dar o ar da graça e auxiliá-lo através de sua criatividade.

Se caso após ler este texto, você estiver perto de uma criança, dê-lhe um abraço confortante e reflita, como poderá ajudá-la a se tornar o melhor dos adultos, capaz de realizar todos os seus sonhos. Isso com certeza fará muita diferença, afinal, a criança bem direcionada hoje, será o adulto grato amanhã.


No amor de uma criança tem tanta canção pra nascer, carinho e confiança, vontade e razão de viver.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Chafurdando a cultura midiática brasileira

Difícil dizer, como em tão pouco tempo nossa cultura se perdeu, e o que levou a essa torrente desastrosa de entretenimento chulo. Qual fora o ponto em que o obsceno e o ridículo, tomaram espaço do crítico e poético. Em um período irrisório, mudamos do “Já me acostumei com a tua voz. Com teu rosto e teu olhar. Me partiram em dois. E procuro agora o que é minha metade. Quando não estás aqui. Sinto falta de mim mesmo. E sinto falta do meu corpo junto ao teu”, para o desastroso, tosco, pecaminoso “Cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai”.

Com certeza a música sempre esteve na vanguarda determinante de uma cultura, ditando modas e tendências. Entretanto as alterações culturais tiveram bruscas mudanças em vários setores do entretenimento. Programas que antes eram voltados para a família, com conteúdo apropriado e respeitoso, onde todos os membros com suas idades variadas poderiam assimilar as informações transmitidas, deram espaço ao apelativo e nada criativo.

Programas de auditório e voltado ao público infantil, propagandas e séries, de repente tudo ficou mudado, o criativo, cômico, ganhou conotações inapropriadas, com fortes tendências sexuais e de violência. Novelas que antes refletiam situações amorosas e dramáticas, agora falam de discórdias, busca incessante por poder, incitam o ódio, a exploração dos menos favorecidos e violam todos os princípios familiares.

E o pior é que muitas vezes não percebemos o quanto somos influenciados por essas tendências populares. Casamentos atualmente são desfeitos mais rapidamente do que o tempo utilizado no preparo da festa matrimonial. Crianças são tratadas como adultas, usando maquiagem, vestidos curtos, explorando a integridade do próprio corpo, rebolando em músicas com características sedutoras, enquanto adultos acham isso normal e bonito.

E a lista do desastre cultural é grande. Já passamos por segura o tchan, ralando na boquinha da garrafa, dança da vassoura, prova da banheira, onde pessoas pegavam sabonetes dentro d’água, propositalmente mostrando corpos seminus em biquínis e sungas minúsculas, em busca de vencer a concorrência na disputa por audiência.

O que dizer então da depravação intelectual dos chamados realities shows, que de reais não possuem nada. Joguetes pífios de intrigas e tramas montados pela produção, repetidos por famosos imediatistas sem talento algum e que usam de seus músculos torneados e silicones avantajados para atrair a atenção do telespectador.

Inevitavelmente partimos para o pior possível. As pessoas estão condicionadas através da mídia a ostentarem a baderna e deixar de lado o essencial. O senso crítico por mudanças e atitudes necessárias, discutido em tempos passados, hoje é banalizado por farras, regadas a dinheiro, bens materiais, mulheres, drogas, álcool, sexo e tudo aquilo que realizado sem a devida responsabilidade, criam resultados indesejados, e o que é pior, gera uma reação em cadeia.

Pensando sobre esse assunto, chego à conclusão que Charles Darwin estava errado, pois de maneira alguma podemos considerar esse cenário como evolução.


Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus.