segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Livre arbítrio

De todos os desejos, todos os sonhos, todas as conquistas, nada é mais importante para qualquer ser humano, do que a sensação de liberdade. Saber que podemos fazer, comer, vestir, falar o que e quando queremos, é um desejo naturalmente essencial.


A história mostra o quão constante era à busca do homem por seu direito à liberdade. Guerras eram travadas ao ponto de ocasionar milhares de mortes a fim de assegurar o que lhes eram conferidos. Dominação e liberdade significam poder, seja sobre os outros ou sobre si mesmo.

Sim, somos realmente livres para fazer o que bem entendemos. Podemos por exemplo, correr quilômetros, ininterruptamente, atravessando continentes e explorando novos horizontes, ou mesmo dançar extremadamente enquanto houver música. Certo? Errado. E o motivo é muito simples: como todo ser vivo, temos nossas limitações. Elas são bloqueios naturais que nos impedem de alcançar o infinito, ao ponto de atingirmos o mais alto nível de soberba, ao nos equivalermos às forças divinas.

Porém somos adaptáveis e evolutivos. Por mais que desejasse e tentasse, Ícaro, jamais realizara seu sonho de voar como os pássaros. Entretanto o homem com sua sapiência ultrapassou a estratosfera alcançando o espaço sideral.

A questão do livre arbítrio está diretamente ligada ao nosso poder de decisão. Somos livres para escolher se queremos seguir o caminho A ou B. Cada um trará uma causa e conseqüência. Uma equação muito simples, onde a escolha gera uma ação, e o efeito é a resultante do que foi escolhido.


Além dos limites naturais, temos também os limites legais, impostos pela sociedade no meio em que vivemos. Antes mesmo de nascer, o ser humano já possui uma série de regras que deverá seguir: roupas que usará, alimentos que consumirá, carreira a seguir, religião a ser fiel. Dentro de cada um dos tantos itens, existe uma gama de opções a ser pinçada e escolhida. Todavia, obrigatoriamente devemos nos enquadrar, seguindo o que é imposto, só assim seremos considerados cidadãos progressivos. Ou então tentar a sorte vagando no deserto, comendo calangos, usando um saco de estopa como roupa e viver à míngua.  Seja como for, somos livres para escolher.

O que dizer então dos que extrapolam a liberdade? Tomam o que é alheio, desrespeitam o que é de bem comum, vão a extremos em busca de saciar sua ganância e desejo abusivo de poder? O resultado é a punição e privação da própria liberdade. Por esse ponto vemos que por mais livres que tentamos ser, necessitamos de regras estabelecidas para que haja uma convivência pacífica com nossos semelhantes. Afinal, o egoísmo é uma característica instintivamente natural, e o fato de levar vantagem sobre os demais em benefício próprio, não é combatido por todos.

Policiar nossos atos é um dever diário. Somos livres sim, fomos abençoados por Deus com essa dádiva, mas somos diretamente responsáveis por nossas ações e escolhas. O erro faz parte deste jogo, sempre buscamos acertar, porém nem sempre sabemos o que é certo. Usemos nosso maior talento - a inteligência - para assim, quem sabe, alcançarmos a excelência. Pois só assim, aproveitaremos do livre arbítrio com sabedoria.


A verdadeira liberdade é um ato puramente interior, como a verdadeira solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até no meio da multidão.

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