De todos os desejos, todos os
sonhos, todas as conquistas, nada é mais importante para qualquer ser humano,
do que a sensação de liberdade. Saber que podemos fazer, comer, vestir, falar o
que e quando queremos, é um desejo naturalmente essencial.
A história mostra o quão
constante era à busca do homem por seu direito à liberdade. Guerras eram
travadas ao ponto de ocasionar milhares de mortes a fim de assegurar o que lhes
eram conferidos. Dominação e liberdade significam poder, seja sobre os outros
ou sobre si mesmo.
Sim, somos realmente livres para
fazer o que bem entendemos. Podemos por exemplo, correr quilômetros,
ininterruptamente, atravessando continentes e explorando novos horizontes, ou
mesmo dançar extremadamente enquanto houver música. Certo? Errado. E o motivo é
muito simples: como todo ser vivo, temos nossas limitações. Elas são bloqueios
naturais que nos impedem de alcançar o infinito, ao ponto de atingirmos o mais
alto nível de soberba, ao nos equivalermos às
forças divinas.
Porém somos adaptáveis e
evolutivos. Por mais que desejasse e tentasse, Ícaro, jamais realizara seu
sonho de voar como os pássaros. Entretanto o homem com sua sapiência
ultrapassou a estratosfera alcançando o espaço sideral.
A questão do livre arbítrio está
diretamente ligada ao nosso poder de decisão. Somos livres para escolher se
queremos seguir o caminho A ou B. Cada um trará uma causa e conseqüência.
Uma equação muito simples, onde a escolha gera uma ação, e o efeito é a
resultante do que foi escolhido.
Além dos limites naturais, temos
também os limites legais, impostos pela sociedade no meio em que vivemos. Antes
mesmo de nascer, o ser humano já possui uma série de regras que deverá seguir:
roupas que usará, alimentos que consumirá, carreira a seguir, religião a ser
fiel. Dentro de cada um dos tantos itens, existe uma gama de opções a ser
pinçada e escolhida. Todavia, obrigatoriamente devemos nos enquadrar, seguindo
o que é imposto, só assim seremos considerados cidadãos progressivos. Ou então
tentar a sorte vagando no deserto, comendo calangos, usando um saco de estopa
como roupa e viver à míngua. Seja como
for, somos livres para escolher.
O que dizer então dos que
extrapolam a liberdade? Tomam o que é alheio, desrespeitam o que é de bem
comum, vão a extremos em busca de saciar sua ganância e desejo abusivo de
poder? O resultado é a punição e privação da própria liberdade. Por esse ponto
vemos que por mais livres que tentamos ser, necessitamos de regras
estabelecidas para que haja uma convivência pacífica com nossos semelhantes. Afinal,
o egoísmo é uma característica instintivamente natural, e o fato de levar
vantagem sobre os demais em benefício próprio, não é combatido por todos.
Policiar nossos atos é um dever
diário. Somos livres sim, fomos abençoados por Deus com essa dádiva, mas somos
diretamente responsáveis por nossas ações e escolhas. O erro faz parte deste
jogo, sempre buscamos acertar, porém nem sempre sabemos o que é certo. Usemos
nosso maior talento - a inteligência - para assim, quem sabe, alcançarmos a
excelência. Pois só assim, aproveitaremos do livre arbítrio com sabedoria.
A verdadeira liberdade é um ato puramente interior, como a verdadeira
solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar
sozinhos até no meio da multidão.
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