segunda-feira, 24 de março de 2014

Você não engana mais ninguém Tio Sam

E eis que surge mais um jogo de interesses. Interesse político por domínio de um terreno até então vulnerável. Quem não tem hábito de leitura, ou a busca pela informação, deve estar se perguntando, que raio é esse de Criméia que tanto falam? E por que os Estados Unidos estão envolvidos novamente em um conflito internacional?

Pois bem, vamos tentar entender um pouco esta situação: A Crimeia é uma república autônoma da Ucrânia que ocupa uma península no sul do país. A Ucrânia por sua vez, é um ex-integrante da extinta União Soviética. Um jovem país de pouco mais de 23 anos que antes disso sempre fizera parte de alguma Nação ou Estado.


A região de população em sua maioria de origem russa vive hoje uma crise de identidade nacional. A desinteligência e desacordo começaram quando seu então presidente, Viktor Yanukovich, se recusou a assinar o acordo de livre comércio com a União Européia, o que deixou o lado ocidental do país insatisfeito. Isso agradou o lado oriental onde a proximidade e tradição russa é mais presente.

Podemos nos perguntar, como que algo aparentemente tão banal e insignificante, pode gerar crise, conflitos, batalhas e mortes. Para analisar é necessário entender que a falta de uma nação forte e unificada, acarreta em impasses e discordância de opiniões. A divisão de pensamentos, embora possa causar uma discussão em prol da melhora, também resulta em vulnerabilidade, o que atrai a atenção de potências estrangeiras que estão sempre atentos a terrenos férteis e mal aproveitados.

E quem melhor do que a maior potência mundial, para usar de seu poder e influência, e mostrar-se solidário e apaziguador nos momentos de maior tensão.  Será? Mesmo após a vergonha da derrota no Vietnã, os Estados Unidos ainda se metem, em pequenos conflitos localizados ao redor do mundo.

Coréias do Sul e Norte, Irã e Iraque, Palestina e Israel, além de Cuba, Afeganistão, Síria, Líbia, e por ai vai. Sempre estiveram lá, presentes com a bela bandeira americana tremulante, demonstrando solidariedade, e boa vontade de colocar ordem na casa, de um país desfavorecido e momentaneamente caótico. A busca por terrenos, favores e petróleo, eram meros detalhes.  

Mas agora o “adversário” é maior, um gigante. A guerra fria está de volta, pois aquela que também já foi a maior nação do mundo, está no páreo em busca de defender seus interesses.

Discursos, estratégias e até algumas possíveis ameaças são disparadas. Esperamos que não ultrapassem esses limites,  pois a história ensinou a todos que a guerra em sua capacidade máxima, significa o suicídio, o fim da vida como conhecemos e nada vale tamanho sacrifício.


Agora, nos resta acompanhar o desenrolar dessa situação. Enquanto a mídia tiver interesse em publicar algo sobre o assunto, teremos informações e conhecimento para argumentar os fatos.

Quanto ao desfecho, ainda bem que temos o Tio Sam do nosso lado, “defendendo nossos interesses”, “lutando por uma causa justa e correta”, “buscando a harmonia global” e conseqüentemente, a paz mundial. Bem que eles poderiam pagar minhas contas também...  


O melhor meio de os Estados Unidos combaterem o terrorismo é deixarem de ser um dos principais terroristas do mundo.
Noam Chomsky

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