terça-feira, 15 de julho de 2014

Danke Deutschland

Diferente dos demais, o dia 13 de julho de 2014 não foi comum como outro qualquer. A princípio, estava separado para ser um marco histórico no calendário nacional. Data escolhida para acontecer à final da copa do mundo de futebol, e dessa vez em terras brasileiras.

Nossa seleção, cogitada como uma das favoritas levou o que tinha de melhor. Dessa vez a expectativa era grande. Jogar em casa é um privilégio ao qual não tínhamos a mais de 60 anos. Conquistar o sexto título ao lado da torcida, seria um acontecimento memorável e o orgulho nacional predominaria.


Se analisarmos em termos futebolísticos, esta copa de 2014 será lembrada como uma das melhores de todos os tempos. Já na primeira fase tivemos grandes jogos, goleadas e surpresas. Favoritos caindo pelas beiradas, sendo coadjuvantes, e seleções tidas como menores e passíveis de figurações, avançando para fases posteriores.

Porém teve um pequeno problema – esqueceram de avisar os adversários que esta copa do mundo estava separada para a seleção canarinho. A mais desavisada foi à seleção alemã. O marco histórico aconteceu. Uma terça-feira nublada como um presságio do que estava por vir. O dia em que o mundo assistiu surpreso o maior vexame da história da seleção cinco vezes campeã do mundo. Com alguns agravantes: em uma semifinal de copa e diante de sua torcida.

Sonoros e agonizantes 7 a 1, onde vimos um show de técnica, disciplina tática e postura ofensiva do lado germânico, e apatia, desespero e escassez de opções, além de um futebol irreconhecível por parte da seleção brasileira. Um jogo que marcou a história de todas as copas. Lamentável que o maior vencedor tenha sido o antagonista do episódio.

Com a classificação mais que garantida, a Alemanha partiu para sua sétima final. Para variar, enfrentou seu maior rival em copas do mundo – a Argentina. Sexto confronto entre as seleções, o terceiro em uma final, e apesar do resultado mínimo, a Alemanha se tornou tetra campeã mundial de futebol, igualando-se a Itália.


Agora, qual o segredo dos alemães para tal sucesso? Como seu futebol progrediu tanto nos últimos anos? E quanto a seleção brasileira? De que maneira explicar o inexplicável? Porque de repente deixamos de ser protagonistas e nos tornamos coadjuvantes? Quem se interessa pelo assunto e busca repostas plausíveis, ao invés de teorias conspiratórias estúpidas, verá que a solução é óbvia e faz todo o sentido.

Resumidamente falando, depois de perder a copa do mundo de 2002 para o Brasil, a Alemanha resolveu se reinventar, se atualizar e dar boas vindas ao futebol moderno. Dentre as medidas adotadas constam investimentos na educação e formação de novos atletas, preparo adequado aos novos talentos, reformulação dos clubes de futebol do país, melhorias logísticas nos estádios e em todo o processo futebolístico nacional.


Quanto ao Brasil, nada de novo foi feito. Velhos e arcaicos métodos, administrados por velhos e etenos mesmos gestores, fez com que o futebol brasileiro parasse no tempo. O discurso que a camisa amarela joga por si e impõe sua pseudo superioridade a seus adversários, não convence mais. Talvez se somarmos estes tópicos e alguns não mencionados, chegaremos ao resultado de 7 a 1.  

A copa do mundo no Brasil será inesquecível. E por mais que discursos moralistas e políticos se tornem o “pai da criança”, o verdadeiro show ficou por parte de jogadores e torcedores, de todo o globo que tornaram nossa nação, um palco de grandes espetáculos.


E como novas tendências surgem de fórmulas que dão certos, torçamos para que o modelo de organização e gestão germânica predomine não só no futebol, mas também nos demais esportes em todos os cantos.

Danke Deutschland! Ou simplesmente: obrigado Alemanha.


Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras.

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