Diferente dos demais, o dia 13 de julho de 2014 não foi comum
como outro qualquer. A princípio, estava separado para ser um marco histórico
no calendário nacional. Data escolhida para acontecer à final da copa do mundo
de futebol, e dessa vez em terras brasileiras.
Nossa seleção, cogitada como uma das favoritas levou o que
tinha de melhor. Dessa vez a expectativa era grande. Jogar em casa é um
privilégio ao qual não tínhamos a mais de 60 anos. Conquistar o sexto título ao
lado da torcida, seria um acontecimento memorável e o orgulho nacional
predominaria.
Se analisarmos em termos futebolísticos, esta copa de 2014
será lembrada como uma das melhores de todos os tempos. Já na primeira fase tivemos
grandes jogos, goleadas e surpresas. Favoritos caindo pelas beiradas, sendo
coadjuvantes, e seleções tidas como menores e passíveis de figurações,
avançando para fases posteriores.
Porém teve um pequeno problema – esqueceram de avisar os
adversários que esta copa do mundo estava separada para a seleção canarinho. A
mais desavisada foi à seleção alemã. O marco histórico aconteceu. Uma
terça-feira nublada como um presságio do que estava por vir. O dia em que o
mundo assistiu surpreso o maior vexame da história da seleção cinco vezes
campeã do mundo. Com alguns agravantes: em uma semifinal de copa e diante de
sua torcida.
Sonoros e agonizantes 7 a 1, onde vimos um show de técnica,
disciplina tática e postura ofensiva do lado germânico, e apatia, desespero e
escassez de opções, além de um futebol irreconhecível por parte da seleção
brasileira. Um jogo que marcou a história de todas as copas. Lamentável que o
maior vencedor tenha sido o antagonista do episódio.
Com a classificação mais que garantida, a Alemanha partiu
para sua sétima final. Para variar, enfrentou seu maior rival em copas do mundo
– a Argentina. Sexto confronto entre as seleções, o terceiro em uma final, e
apesar do resultado mínimo, a Alemanha se tornou tetra campeã mundial de
futebol, igualando-se a Itália.
Agora, qual o segredo dos alemães para tal sucesso? Como seu
futebol progrediu tanto nos últimos anos? E quanto a seleção brasileira? De que
maneira explicar o inexplicável? Porque de repente deixamos de ser
protagonistas e nos tornamos coadjuvantes? Quem se interessa pelo assunto e busca repostas plausíveis,
ao invés de teorias conspiratórias estúpidas, verá que a solução é óbvia e faz
todo o sentido.
Resumidamente falando, depois de perder a copa do mundo de
2002 para o Brasil, a Alemanha resolveu se reinventar, se atualizar e dar boas
vindas ao futebol moderno. Dentre as medidas adotadas constam investimentos na
educação e formação de novos atletas, preparo adequado aos novos talentos,
reformulação dos clubes de futebol do país, melhorias logísticas nos estádios e
em todo o processo futebolístico nacional.
Quanto ao Brasil, nada de novo foi feito. Velhos e arcaicos
métodos, administrados por velhos e etenos mesmos gestores, fez com que o
futebol brasileiro parasse no tempo. O discurso que a camisa amarela joga por
si e impõe sua pseudo superioridade a seus adversários, não convence mais.
Talvez se somarmos estes tópicos e alguns não mencionados, chegaremos ao
resultado de 7 a 1.
A copa do mundo no Brasil será inesquecível. E por mais que
discursos moralistas e políticos se tornem o “pai da criança”, o verdadeiro
show ficou por parte de jogadores e torcedores, de todo o globo que tornaram
nossa nação, um palco de grandes espetáculos.
E como novas tendências surgem de fórmulas que dão certos,
torçamos para que o modelo de organização e gestão germânica predomine não só no
futebol, mas também nos demais esportes em todos os cantos.
Danke Deutschland! Ou simplesmente: obrigado Alemanha.
Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol,
quão belas seriam as guerras.
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