Se é um governo do povo para o povo, porque não é respeitado
assim? O que acontece para testemunharmos tantas atitudes hostis contra a
população que se permite dar um tempo em sua rotina para tornar-se um
manifestante em prol de seu sistema de governo vigente? São nossos elegíveis
que estão nos representando ou nossos carrascos? Será que eles esquecem que são
prestadores de serviços, ou seja, nossos funcionários e recebem remunerações
expressivas pagas pelos impostos dos contribuintes? Tantas questões levantadas
e a solução ainda parece distante de nossos olhos, de nossos ouvidos, de nossa
realidade.
O conceito de democracia começou na Grécia antiga no século V
a.C., onde o povo manifestava seus desejos através do voto direto, delineando
os rumos a serem seguidos em suas cidades. Todo cidadão tinha não só o direito
mas também o dever de votar, entretanto a ideia de que todo cidadão votava não
correspondia a realidade, em Atenas, berço do regime democrático, mulheres,
escravos e estrangeiros, não eram considerados cidadãos, portanto eram privados
desse direito.
Com o passar dos anos a democracia evoluiu, tornando-se o
sistema de governo predominante na maioria dos países, citando a todos como cidadãos
livres com direitos e deveres, principalmente quando o assunto é o direito de
votar e eleger seus representantes, seja na câmara, senado ou congresso
nacional.
Mas até que ponto podemos ter a ótica de que estamos em um
sistema de governo livre onde nossas vontades e necessidades são respeitadas e
principalmente atendidas? Será que aquilo que nossos representantes decidem
realmente nos favorece? O cenário internacional do regime democrático, mais
parece um jogo de interesses entre situação e oposição. No Brasil, esse cenário
piora, afinal temos a cultura de sermos explorados desde o descobrimento, os
políticos com seus discursos moralistas e poéticos, fingem fazer uma
administração pública que atendam nossas demandas, e a população assiste parada
e até certo ponto omissa.
Digo até certo ponto, pois verificamos através dos fatos
ocorridos ultimamente que as coisas não são bem assim. A grande aclamação
pública pela redução da maioridade penal tem incomodado nossos nobres deputados
e senadores, que parecem que são os únicos a não verem que um adolescente de 16
ou até mesmo 14 anos, está ciente de suas responsabilidades e atitudes. Assim
como a cobrança por medidas públicas que contenham o avanço desenfreado da
violência urbana, que faz a cada dia vítimas inocentes padecerem por um sistema
judiciário defasado e tolerante.
E o que dizer das batalhas diárias após o horário do
expediente com o intuito de impedir o aumento das passagens de ônibus.
Verdadeiros duelos se concentram nas principais capitais brasileiras com o
objetivo de mostrar a indignação do contribuinte que se vê apenas desfavorecido
financeiramente.
Alguns reclamam sobre a paralisação do trânsito, sobre seu
direito de ir e vir cerceado, sobre o caos instaurado, muitos pedem
manifestações pacíficas isoladas, imperceptíveis, para que sua rotina não seja
prejudicada, claro que não me demonstro a favor da barbárie, mas algo concreto
e visível precisa ser feito, senão a velha estratégia política de amenizar a
situação com discursos vazios e autoritários falam mais alto e tudo termina na
famosa pizza.
A democracia é um sistema político e como tal deve ter sua
filosofia e métodos respeitados e seguidos, afinal uma nação só tem progresso
através da dedicação de seu povo e o mesmo tem por direito desfrutar os
benefícios de sua contribuição. E nós cidadãos temos que ter consciência e
união para garantirmos nossos direitos assegurados e respeitados, afinal somos
a base de um país digno e próspero.
A Democracia hoje é um bando de homens governando um bando maior que não
sabem escolher.
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