Certamente o
maior desejo dos seres humanos é o de preservar sua consciência de liberdade.
Nascemos, crescemos e vivemos livres, tendo os nossos direitos relacionados ao
tema na maioria das vezes respeitados. Quando isso não acontece, protestamos,
lutamos, combatemos, a fim de preservar e garantir nosso senso de liberdade.
A história
possui inúmeros relatos de batalhas entre dominadores e dominados, enquanto uns
queriam a manutenção de sua postura como seres supremos, outros desejavam
respirar o ar dos livres merecedores. Por maiores que fossem as perdas e mais
sofríveis que fossem as batalhas, a unanimidade dos mesmos objetivos mostram o
quanto valia a pena lutar para conquistarem a tão sonhada liberdade, seja para
seus familiares, compatriotas ou para si mesmo.
Mas será que
com o passar do tempo conseguimos usufruir esse direito de maneira saudável e
respeitando os princípios de coexistência com nossos semelhantes? Realmente
temos exercido nossa liberdade como deveríamos ou estamos cometendo excessos?
Será que somos capazes de ser livres com inteligência?
O excesso de
liberdade, sem controle e limitações, é popularmente conhecido como
libertinagem. O anseio de extrapolar os limites, desafiar o proibido e
enfrentar sistemas e regras sempre atraiu os desejos de pessoas com
personalidades mais ousadas. No Brasil, desde o retorno da democracia nos anos
80, a mídia propagou o livre pensar e não a censura, com isso os libertinos
embarcaram nessa ideia, sentindo-se a vontade para pensarem, falarem e fazerem
o que bem entendessem.
Com isso
muitos conceitos mudaram, questões antes consideradas tabus hoje são
disseminadas e discutidas. Pessoas do mesmo sexo trocam carícias e afagos em
locais públicos, uso de drogas são mais comuns entre pessoas de faixas etárias
e classes sociais diversas, e por ai vai.
Essa é a
encruzilhada em que analisamos quais são as características que divergem
liberdade de libertinagem. Muitas vezes os pontos são extrapolados antes mesmo
de serem discutidos. Ideias de protestos ao sistema seja ele qual for, são
usados como ferramentas para justificar as atitudes ilimitadas e inconsequentes.
Se
retomarmos a história, no período da inquisição, a força coercitiva da Igreja
Católica censurou a propagação de ideias como uma forma de controle sobre a população
impedindo assim o progresso, em contrapartida, se não fosse as limitações com
seu estilo ortodoxo, daria pra imaginar como o mundo estaria hoje depois de tanto
tempo sem regras e limitações.
Somos todos livres, para pensar, agir, trabalhar, nos divertir, amar, porém temos que ser coerentes com os limites naturais da vida. Não devemos pensar que somos impedidos de fazer o que queremos e sim que com isso estamos evitando um possível desapontamento, dor ou ainda coisa pior. Obviamente a vida é uma aventura e deve ser aproveitada intensamente, mas usando a inteligência, afinal liberdade também exige responsabilidade.
"A liberdade é transformada em sociabilidade quando se tem
inteligência, porém a libertinagem te leva a inconseqüência da tua promiscuidade..."
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