Clica, acessa, amplia, visualiza, compartilha, recebe,
envia... Uma infinidade de opções que até então não imaginávamos ser possível e
que em pouco tempo se torna obsoleto e substituído por outras opções
tecnológicas. Causam fascínio, fissura, vício, dominam nossos impulsos e instigam
a curiosidade.
Aparelhos, que começaram grandes, complexos, com poucas
funções, restritos e caros, muito caros. Em pouco tempo ganharam o mundo,
tornando-se mais acessíveis, populares, com custos reduzidos e conseqüentemente
mais baratos. Assim, todos teriam condições iguais de desfrutarem os benefícios
das inovações tecnológicas.
Inicialmente, veio para aperfeiçoar e popularizar a invenção
de Alexander Graham Bell. O uso do telefone móvel, ou celular, agilizou
categoricamente o processo de comunicação. Como a ânsia por aperfeiçoamento
sempre fora grande, logo o aparelho ganhou diversas funções. Cedeu espaço do
analógico para o digital, passou a calcular, mostrar horas e fuso horários pelo
mundo, receber e mandar e-mails, mensagens instantâneas, pagar contas, acessar
internet, fotografar e fazer vídeos.
E não apenas em formato telefônico. Pequenos computadores
portáteis, tablets com funções de touch screen, tão simples de serem manuseados
e administrados que até os pequenos se interagem enquanto aprendem a andar.
Graças a tanto avanço, tantas opções tantos isso, tantos
aquilo, a indústria de aparelhos com recursos tecnológicos só tem a agradecer
aos deuses por tamanha fartura. Cada novo lançamento é disseminado como uma
peste. São divulgados pela net, Tv, pessoalmente entre amigos, causando um
desejo imenso de possessividade. - “Eu preciso ter isto também”.
A velocidade com que as informações circulam é tão
assustadora, e aparentemente a necessidade de absorvê-las também cresce na
mesma medida. Coisas fúteis têm mais atenção do que assuntos realmente
importantes. Mais vale saber o que o amigo do vizinho almoçou no último domingo
do que a aprovação do aumento de salário dos vereadores da cidade, sem motivo
plausível.
É cada vez mais comum deparar-se com pessoas entretidas com
seus aparelhos, em seu universo individualista. Ficam tão distraídas, que os
outros ao redor são ignorados. Não “pera”... Eles também estão distraídos com
seus aparelhos em seu universo individualista. Parece que é mais engraçado e
divertido a sensação de contar uma história ou piada para alguém usando esses
mecanismos do que simplesmente virar para o lado e contar pessoalmente olhando
nos olhos.
Essa é uma tendência que mostra o quanto as pessoas valorizam
cada vez mais o ter do que o ser. Parece coisa de velho nostálgico, mas nada
supera uma interatividade humana. Sentir a presença de outro ao redor,
demonstrando e percebendo as emoções, esses sim são fragmentos inesquecíveis.
Por mais incríveis e inovadores que esses aparelhos se
tornem, jamais superarão a complexidade, espontaneidade e criatividade humana.
Somos autênticas obras de Deus, o maior inventor do universo.
Trocava toda minha tecnologia por uma tarde com Sócrates.
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