Dizem que o verdadeiro amor é algo que deve ser demonstrado
através de atitudes concretas, provas empíricas, e acima de tudo, com
sentimentos reais. O discurso apaixonado tem sua força até certo ponto. Já as
ações são poderosas, determinantes e convincentes. Porém, ainda é possível,
mesmo que até certo ponto, acreditar nas palavras ditas por outros. Agora, será
que ler um “eu te amo”, através e tão somente de uma tela, acarreta em um
sentimento real?
Parece uma ideia um tanto utópica e digna de pessoas com mentalidade
inferior, mas com certeza o fato é mais comum do que pensamos. Com a amplitude
da internet temos cada vez mais contatos com pessoas em diferentes pontos do
planeta. Dispondo de uma oferta tão grande, é possível encontrar alguém com
gostos similares, carentes de afeição humana e em busca do verdadeiro amor.
Quando se deparam com alguém com as mesmas particularidades, um novo ciclo
atípico se inicia.
Começa com um contato inocente, ou mesmo atrevido, afinal,
ambos estão protegidos contra o assédio presencial. Os medos de expressarem o
que sentem nesses casos são menores. As virtudes são destacáveis e os defeitos
ocultados. Tornam-se livres de todos os conceitos negativos que em outras
circunstâncias lhes seriam depositados.
Mas se atualmente é bem difícil acreditar em uma pessoa que
se apresente física e presencialmente para nós, o que dirá de alguém que more a
milhares ou mesmo milhões de quilômetros de distância de nossas vistas? Inegavelmente
reconhecemos melhor as pessoas através do contato pessoal, e quanto mais
aproximação temos, melhor as conhecemos.
Em alguns casos, a intensidade da relação chega a ser
tamanha, ao ponto de deixar pessoas perdidamente apaixonadas por alguém que
nunca viu. O encanto inacreditavelmente bate forte, fazendo com que se tenha a
imagem daquela criatura longe de imperfeições. A ausência de toques, de
carícias, são suprimidas por concepções mentais de um amor dito como
verdadeiro.
E se mencionarmos as possibilidades de decepções, chegaremos
a uma infinidade de situações bizarras, que acarretariam a quebra de todo o
encanto criado com tanto zelo e esperança, de que um dia em um golpe do
destino, todo o sonho se tornaria realidade.
Em alguns casos, o que se apresenta como moça linda, loira, de
traços “Barbieristicos”, na verdade se trata de um homem velho, homossexual e
depravado. Sim, a grande rede de computadores tem a possibilidade de prover
tamanha decepção.
Somos livres para amar e fazer nossas escolhas, Não devemos
satisfação a ninguém principalmente quanto a um assunto tão complexo. Alguns
casos de paixão à distância, possuem o seu final feliz, outros, porém, resultam
em perda de tempo e frustrações.
Poder de escolha é nossa maior representação de livre
arbítrio, portanto decidamos a nosso favor. Decepções fazem parte da vida,
assim como viver e amar intensamente.
A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno,
inflama o grande.
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