segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Amor à distância

Dizem que o verdadeiro amor é algo que deve ser demonstrado através de atitudes concretas, provas empíricas, e acima de tudo, com sentimentos reais. O discurso apaixonado tem sua força até certo ponto. Já as ações são poderosas, determinantes e convincentes. Porém, ainda é possível, mesmo que até certo ponto, acreditar nas palavras ditas por outros. Agora, será que ler um “eu te amo”, através e tão somente de uma tela, acarreta em um sentimento real?

Parece uma ideia um tanto utópica e digna de pessoas com mentalidade inferior, mas com certeza o fato é mais comum do que pensamos. Com a amplitude da internet temos cada vez mais contatos com pessoas em diferentes pontos do planeta. Dispondo de uma oferta tão grande, é possível encontrar alguém com gostos similares, carentes de afeição humana e em busca do verdadeiro amor. Quando se deparam com alguém com as mesmas particularidades, um novo ciclo atípico se inicia.

Começa com um contato inocente, ou mesmo atrevido, afinal, ambos estão protegidos contra o assédio presencial. Os medos de expressarem o que sentem nesses casos são menores. As virtudes são destacáveis e os defeitos ocultados. Tornam-se livres de todos os conceitos negativos que em outras circunstâncias lhes seriam depositados.

Mas se atualmente é bem difícil acreditar em uma pessoa que se apresente física e presencialmente para nós, o que dirá de alguém que more a milhares ou mesmo milhões de quilômetros de distância de nossas vistas? Inegavelmente reconhecemos melhor as pessoas através do contato pessoal, e quanto mais aproximação temos, melhor as conhecemos.   

Em alguns casos, a intensidade da relação chega a ser tamanha, ao ponto de deixar pessoas perdidamente apaixonadas por alguém que nunca viu. O encanto inacreditavelmente bate forte, fazendo com que se tenha a imagem daquela criatura longe de imperfeições. A ausência de toques, de carícias, são suprimidas por concepções mentais de um amor dito como verdadeiro.
E se mencionarmos as possibilidades de decepções, chegaremos a uma infinidade de situações bizarras, que acarretariam a quebra de todo o encanto criado com tanto zelo e esperança, de que um dia em um golpe do destino, todo o sonho se tornaria realidade.

Em alguns casos, o que se apresenta como moça linda, loira, de traços “Barbieristicos”, na verdade se trata de um homem velho, homossexual e depravado. Sim, a grande rede de computadores tem a possibilidade de prover tamanha decepção.

Somos livres para amar e fazer nossas escolhas, Não devemos satisfação a ninguém principalmente quanto a um assunto tão complexo. Alguns casos de paixão à distância, possuem o seu final feliz, outros, porém, resultam em perda de tempo e frustrações.


Poder de escolha é nossa maior representação de livre arbítrio, portanto decidamos a nosso favor. Decepções fazem parte da vida, assim como viver e amar intensamente.


A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.

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